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As missas de domingo do papa no Vaticano agora são só pela internet, por causa do coronavírus

Papa está resfriado e cancela participação em retiro espiritual . (Foto: Reprodução)

O Papa Francisco vai fazer as missas só em transmissões pela internet até o dia 15 de março, de acordo com divulgação do Vaticano de sábado (7). Trata-se de medida para evitar a formação de aglomerações, que têm o potencial de transmitir o coronavírus. O papa foi diagnosticado com um resfriado no dia 3 de março.

Francisco fica restrito à casa Santa Marta, e o papa emérito, Bento XVI, terá as visitas reduzidas ao máximo. O coronavírus chegou na sexta (6) ao Vaticano. Com um caso positivo do novo coronavírus, foram suspensos os serviços de ambulatório da cidade do Vaticano, onde estava o paciente infectado. Ele foi transferido para um hospital romano.

A Itália é o país mais atingido pela epidemia na Europa: foram 4.636 casos notificados no país e 197 mortes até a sexta-feira (6). É o país que tem relatado o maior número de mortes por dia no mundo. O governo ordenou, nesta semana, o fechamento de escolas, universidades, cinemas e teatros para tentar diminuir o número de novas infecções. O Vaticano também vai mudar a sua rotina. Os funcionários da Secretaria de Estado devem se submeter ao teste do Covid-19.

Itália quer quarentena

O governo italiano considera dar um passo extraordinário e bloquear seções inteiras do Norte do país, restringindo o movimento de um quarto da população em um amplo esforço para conter o coronavírus não visto fora da China. O surto italiano, o pior da Europa e o pior fora da Ásia, já causou sérios danos a uma das economias mais frágeis do continente e provocou o fechamento das escolas italianas.

Um funcionário da Lombardia confirmou que as medidas em discussão fechariam essencialmente a região norte da Lombardia —a maior e mais produtiva da Itália—, representando um quinto do PIB italiano. Segundo ele, a quarentena entra em vigor neste domingo (8) e deve acabar em 3 de abril. A imprensa local informou que também serão proibidos casamentos, funerais, eventos esportivos e culturais e que bares bares que não impuserem regras estritas para que clientes mantenham distância seriam criminalizados.

Também devem ser isoladas a capital econômica do país, Milão, assim como a região de Veneza, o norte de Emiglia Romana e o leste de Piemonte, segundo a imprensa local. Os casos da Itália mais que dobraram na última semana, passaram de cerca de 2.500 na quarta (4) para mais de 5.800 neste sábado, segundo as autoridades italianas e a OMS (Organização Mundial de Saúde). As mortes aumentaram de 36 para 233.

Nicola Zingaretti, líder do Partido Democrata da coalizão governante da Itália, anunciou que agora também foi infectado. “Bem, chegou”, disse ele em um vídeo do Facebook em sua casa. Ele disse que seguiria todos os protocolos sugeridos pelas autoridades, que instaram as pessoas infectadas a se auto colocarem em quarentena.

A França também é um dos principais centros da epidemia na Europa. As autoridades de saúde registraram neste sábado mais duas mortes, ambas no norte do país, e 103 novas infecções desde sexta-feira (6). A França soma 949 casos, incluindo um membro do Parlamento francês. A França, a Alemanha e outros países impuseram limites à exportação de equipamentos médicos de proteção, alguns dos quais são muito necessários, embora escassos.

Na Espanha, cerca de 470 pessoas têm o vírus, e as mortes chegaram a 10 no sábado. As autoridades de Barcelona cancelaram uma maratona marcada para o dia 15 de março, mas uma grande manifestação de rua no domingo, em Madri, para o Dia Internacional da Mulher seguirá como planejado.

O menor país da União Europeia, Malta, registrou seu primeiro caso também neste sábado: uma menina de 12 anos que voltou recentemente de férias no norte da Itália. Sua condição foi descrita como boa.

A polícia de Londres disse que prendeu dois adolescentes por conexão com um ataque racista dias depois que um estudante de 23 anos de Cingapura disse ter sido atacado por um grupo de homens, um dos quais teria gritado: “Eu não quero o seu coronavírus no meu país.”

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