Ícone do site Jornal O Sul

As mulheres do século 21 estão cada vez mais “empoderadas”, mas muitas ainda sofrem com os padrões de beleza impostos pela sociedade

Apesar do poder feminino, mulheres sofrem preconceito. (Crédito: Reprodução)

As mulheres do século 21 estão cada vez mais “empoderadas”, mas muitas ainda sofrem com os padrões de beleza impostos pela sociedade, pela mídia e pela moda. Segundo o psiquiatra Fabrício Caruso, esse exagero de cultura estética e materialista frequentemente extrapola o que é saudável. “Quem fica fora desse padrão sofre grande preconceito, ficando à deriva do que pode ser considerado belo”, esclarece.

Assumir que esta é uma questão presente na sociedade e dar a visibilidade merecida a ela pode ajudar a combater o preconceito e melhorar a vida de muitas mulheres. O termo “gordofobia” (aversão à gordura) ainda não consta dos dicionários, mas o comportamento representado pela expressão pode causar danos profundos. A cantora Andrea Dutra, 52 anos, conta que começou a engordar aos 9, já emagreceu, mas nunca foi magra.

“Nesse mundo que qualifica pessoas pela aparência e obedece a um padrão estético magro, estar acima do peso é tratado como defeito”, desabafa a cantora. Ela revela que já sofreu agressões verbais de desconhecidos na rua. “É uma rejeição pública e raivosa, por uma questão que só diz respeito a mim. Sou merecedora de respeito, magra ou gorda”, garante. Andrea diz que hoje emagrecer é um objetivo, mas ser magra, não. “Ser feliz em uma sociedade que classifica tudo pela superfície só é possível quando a gente se liberta para fazer as próprias regras.”

A professora e poeta Letícia Brito, 37 anos, faz coro com Andrea. Ela conta que começou a engordar aos 19, após um período de luto, e afirma que a maior perda com o preconceito é a da autoestima. “A não-aceitação dói muito. Muitas vezes, a rejeição vem disfarçada de preocupação com a saúde. Hoje, mais do que emagrecer, meu objetivo é me aceitar e ser feliz”, afirma Leticia.

Sair da versão mobile