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As organizações criminosas têm muito a temer com Sérgio Moro no ministério da Justiça, disse um procurador da Operação Lava-Jato

Afirmação é do procurador regional da República Januário Paludo. (Foto: Reprodução)

Integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato defenderam a indicação do juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça. O procurador Deltan Dallagnol usou o Twitter para defender o magistrado e criticar quem diz que Moro tinha aspirações políticas no judiciário, enquanto Januário Paludo, que também integra a força-tarefa, afirmou que as organizações criminosas têm muito mais a temer com Moro no ministério do que como juiz na Operação Lava-Jato. As informações são do jornal O Globo e da Agência Brasil.

Segundo Paludo, a Lava-Jato é um “microcosmo” se comparada ao poder do Ministério da Justiça e, ainda assim, conseguiu produzir uma “gigantesca revolução” e que propostas não faltam para que o Brasil possa alcançar patamares “civilizados e democráticos” de repressão ao crime organizado, à corrupção e à lavagem de dinheiro.

“Ao aceitar o encargo de ministro de Estado da Justiça, Moro não irá servir ao governante de plantão, senão à Nação brasileira, como aliás vem servindo há mais de 20 anos no exercício da magistratura”, disse Paludo, que conheceu o magistrado bem antes da Lava-Jato.

Na publicação, Dallagnol disse ainda que, se quisesse, Moro poderia ter se tornado presidente ou senador em eleições passadas.

“Se o juiz Moro tivesse aspiração política, ele poderia ter se tornado presidente ou senador nas últimas eleições com alta probabilidade de êxito. Mentiras como essa serão repetidas, mas não vão abalar a Lava-Jato, em que atuam não só um juiz, mas 14 da primeira à última instância”, escreveu.

Também pelo Twitter, Marcelo Bretas, juiz responsável pela Lava-Jato no Rio de Janeiro, parabenizou e desejou sucesso ao colega de Curitiba. Bretas elogiou o profissionalismo e a “dignidade pessoal” de Sergio Moro pouco depois dele ter aceitado o convite de Bolsonaro.

Imprensa internacional

A indicação de Moro para o cargo de ministro da Justiça repercutiu na imprensa internacional, desde antes mesmo de Moro, aceitar o cargo, o que ocorreu na quinta-feira (1º). Jornais estrangeiros apontam que a indicação é uma sinalização de que o Brasil vai intensificar a luta contra a corrupção. Veículos também fazem críticas à conduta do juiz na Lava Jato, dizendo que as investigações teriam dado mais peso às acusações ao PT.

Moro assumirá o superministério da Justiça, que deverá englobar as áreas de Segurança Pública, Controladoria-Geral da União e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

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