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Às vésperas dos 40 anos de sua morte, cantora gaúcha Elis Regina tem faixas raras relançadas em disco

Artista criada no bairro do IAPI continua influente, inclusive no Exterior. (Foto: Reprodução)

Considerada por muitos como a maior cantora brasileira de todos os tempos, a porto-alegrense Elis Regina (1945-1982) é alvo de um novo lançamento no mercado fonográfico: “Essa Saudade” (gravadora Warner Music), coletânea de registros raros da artista, cujo falecimento – por overdose supostamente acidental – completará 40 anos no dia 19 de janeiro.

A novidade mal chegou aos sites e lojas e já está fora de estoque na versão em CD (que tem, aliás, uma capa que fica devendo em qualidade ao conteúdo musical de suas 16 faixas).

Resta, no entanto, a opção dos serviços de streaming para conferir versões diferentes (algumas ao vivo, outras lançadas em compacto) de composições como “Bolero de Satã” (Guinga/Paulo César Pinheiro), em um dueto antológico com o carioca Cauby Peixoto (1931-2016), ou então um versão alternativa de “Alô, Alô Marciano” (Rita Lee/Roberto de Carvalho), um dos últimos sucessos da “Pimentinha”.

Um dos destaques fica por conta de “Pequeno Exilado”, gravada em dueto com o também gaúcho Raul Ellwanger (ainda ativo em Porto Alegre, aos 77 anos). A faixa estava fora de catálogo desde 1980, quando foi incluída em LP do cantor, permanecendo inédita em formatos digitais desde então.

A compilação foi produzida pelos jornalistas Danilo Casaletti e Renato Vieira, tendo por base a fase final da carreira da cantora, especialmente a passagem dela pela Warner, companhia na qual Elis lançou dois importantes discos de estúdio, “Essa Mulher” (1979) e “Saudade do Brasil” (1980) – bem como dois álbuns ao vivo, lançados de forma póstuma.

“Parece mentira, mas, em janeiro de 2022 se completam 40 anos que o Brasil perdeu uma de suas maiores cantoras”, salienta o texto de divulgação da gravadora, que prossegue:

“Mais incrível ainda é o fato de Elis Regina ser tão importante na música popular brasileira. Celebrada por fãs contemporâneos de seus discos e shows, ela conquista novos e atentos ouvintes e influencia novos artistas. Por isso se faz necessária a coletânea ‘Essa Saudade’, que chega em formato físico e digital. Festejar Elis, essa ausência tão presente, com o perdão da antítese, nunca é demais”.

Álbuns de estúdio

– 1961: “Viva a Brotolândia”;
– 1962: “Poema de Amor”;
– 1963: “Ellis Regina”;
– 1963: “O Bem do Amor”;
– 1965: “Samba Eu Canto Assim”;
– 1966: “Elis”;
– 1969: “Como e Por que”;
– 1970: “Em Pleno Verão”;
– 1971: “Ela”;
– 1972: “Elis”;
– 1973: “Elis”;
– 1974: “Elis & Tom (com Tom Jobim)”;
– 1974: “Elis”;
– 1976: “Falso Brilhante”;
– 1977: “Elis”;
– 1979: “Essa Mulher”;
– 1980: “Saudade do Brasil”;
– 1980: “Elis”.

Discos ao vivo

– 1965: “Dois na Bossa (com Jair Rodrigues)”;
– 1965: “O Fino do Fino (com Zimbo Trio)”;
– 1966: “Dois na Bossa nº 2 (com Jair Rodrigues)”;
– 1967: “Dois na Bossa nº 3 (com Jair Rodrigues)”;
– 1970: “Elis no Teatro da Praia”;
– 1978: “Transversal do Tempo”.

Lançamentos póstumos

– 1982: “Montreux Jazz Festival” (ao vivo);
– 1982: “Trem Azul”;
– 1984: “Luz das Estrelas”;
– 1995: “Elis ao Vivo “;
– 1998: “Elis Vive”;
– 2012: “Um Dia”.

(Marcello Campos)

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