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Até agora, a defesa dos envolvidos na Operação Lava-Jato teve muito menos vitórias que o Ministério Público

A guerra da Lava-Jato é agora uma guerra de estatísticas sobre as decisões do juiz federal Sérgio Moro. (Foto: Wilton Junior/AE)

A guerra da Lava-Jato é agora uma guerra de estatísticas sobre as decisões do juiz federal Sérgio Moro. Uns destacam que são 18 decisões revertidas. Outros, que são só 4%. O que há por trás da diferença? Não há razões para duvidar de qualquer um dos levantamentos. Os dados são inclusive similares. Apenas a apresentação é diferente.

Até agora, a defesa dos envolvidos na Operação Lava-Jato teve muito menos vitórias que o Ministério Público. Cada vitória dos advogados é, portanto, preciosa. Cada decisão de Moro que é revertida em instância superior significa uma potencial violação de garantias constitucionais. Pode ser repetidamente usada como exemplo nos processos. Um único erro judicial serve para mil argumentos da defesa. O peso moral de excessos supostamente autoritários não se presta a porcentagens.

O Ministério Público quer mostrar o quadro geral. Calcula que, quando se está ganhando muito, o melhor argumento é falar do todo. O número de suspeitos e réus na Lava-Jato é imenso. Logo, o número de decisões de Moro é igualmente alto. Não faz sentido falar em números isolados sem conhecer o contexto. Quatro por cento de decisões revertidas parece realmente pouco.

Advogados e o Ministério Público sabem que os números que decidirão a Lava-Jato não estão na estatística sobre as decisões judiciais até aqui. Os números decisivos estão em outro lugar – em contratos assinados, valores de obras licitadas e saldos de contas bancárias obscuras. (Ivar A. Hartmann/AG)

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