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Atenção nadadores da Olimpíada: engolir água suja pode causar gastroenterite, dermatite ou hepatite

Mergulho arriscado: Martine Grael e Kahena Kunze festejaram a medalha de ouro na Baía de Guanabara. (Crédito: Reprodução)

A empolgação de ganhar uma medalha olímpica falou mais alto que qualquer preocupação com a qualidade da água para Isaquias Queiroz, que conquistou o bronze na canoagem, e a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, vencedora do ouro na vela. Os atletas deram um “tchibum” merecido em comemoração ao feito, respectivamente na Lagoa Rodrigo de Freitas e na Baía de Guanabara. Embora o risco dos atletas seja quase nulo, já que passaram pouco tempo dentro d’água, especialistas alertam para os perigos de se banhar em uma água contaminada.

“A contaminação ocorre quando, mesmo sem intenção e em quantidade pequena, a pessoa engole água. Também pode ser por contato, se houver lesão na pele”, diz o infectologista Paulo César Guimarães.

As infecções mais comuns por água contaminada, diz o médico, são gastroenterite, amebíase, dermatite ou hepatite A – para esta última, há vacina de proteção prévia.

No ano passado, uma investigação analisou as águas por onde passam as competições olímpicas no Rio e encontrou níveis elevados de bactérias de esgoto. Guimarães, porém, diz que a chance de se contaminar em uma grande quantidade de água – como na Baía de Guanabara ou na Lagoa – é menor do que num poço poluído, por exemplo. “Além disso, na baía existe o movimento do mar, que dificulta a contaminação.”

Após mergulhar em uma água poluída, tomar um banho pode até aliviar, mas não vai ajudar muita coisa.
“Se você deglutiu, não tem mais jeito. Vai ser eliminado pelo corpo de alguma forma, podendo ou não causar doenças. Óbvio que um banho é sempre bem-vindo, mas não necessariamente é a precaução. Antes de entrar em uma água, o ideal é saber se é ou não viável para recreação”, completa a infectologista Rosana Richtmann.

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