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Atraso na vacinação pode reduzir pela metade o crescimento do PIB do Brasil este ano, diz o presidente do Itaú

Milton Maluhy Filho afirmou que se imunização atrasar em seis meses, o País pode crescer apenas 2%. (Foto: Divulgação)

O avanço da vacinação contra a covid-19 é a melhor política econômica para que o País volte a crescer este ano. A avaliação é do novo presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, que participou da divulgação dos resultado do banco referentes ao quarto trimestre de 2020. Ele vai substituir Candido Bracher.

Por isso, o Congresso Nacional, que elegeu, na segunda-feira (1º), os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado (Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente), deve “priorizar os esforços para que a imunização avance no Brasil”, disse. Se o atraso for de seis meses, a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 4%, feita pelos economistas do banco, pode cair pela metade.

“O plano de vacinação deve ser a prioridade número 1, 2 e 3 porque produz impacto econômico. A vacinação não deixa de ser uma política econômica e a expectativa é que ela avance. Um atraso do plano de vacinação, se for de seis meses, pode reduzir pela metade a projeção de crescimento de 4% que o banco tem em relação à economia para este ano. Os efeitos colaterais da pandemia ainda permanecem e o grau de incerteza causado pela crise sanitária é elevado”, afirmou Maluhy.

O presidente do Itaú disse ainda que a expectativa é que passada a eleição no Congresso as reformas voltem a ser discutidas, para que a agenda de crescimento seja retomada. Ele citou a PEC (proposta de emenda à Constituição) Emergencial, além da reforma administrativa e tributária como os três principais temas que devem ser focados agora.

Maluhy afirmou que qualquer discussão sobre programas sociais para mitigar os impactos negativos da pandemia deve ser feita com a sinalização para o mercado de que se trata de algo transitório, e que as reformas também virão.

“Qualquer programa emergencial tem que vir acompanhado de reformas, para que o mercado entenda que é transição. Continuamos com a premissa de que teto de gastos será cumprido”, afirmou.

Além de um crescimento de 4% para o País este ano, os economistas do Itaú projetam que a Selic (taxa básica de juros) termine o ano em 3,5%. O banco vê a retomada do crédito este ano e projeta um crescimento do crédito total no Brasil entre 8,5% e 12,5%. No quarto trimestre de 2020, o Itaú reportou lucro de R$ 5,388 bilhões, queda de 26,1% em relação ao último trimestre de 2019.

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