A atriz Nydia Licia morreu aos 89 anos neste sábado (12) no Hospital São Luiz, no Morumbi, em São Paulo, de câncer no pâncreas. Estava internada desde 20 de novembro. A doença havia sido diagnosticada em agosto.
Nascida em 1926 em Trieste, nordeste da Itália, de família judia, foi uma das principais atrizes do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), companhia que marcou a profissionalização no País, durante os anos 1940/50, e depois no Teatro Bela Vista, atualmente Sérgio Cardoso, nos anos 1950/60.
Sua risada era contagiante. No palco, sobretudo do fim dos anos 1940 aos 1960, surge bem mais séria nas fotos e nos relatos, em produções como “Entre Quatro Paredes”, de Sartre, em 1950, com o futuro marido Sérgio Cardoso e Cacilda Becker, e “Hedda Gabler”, de Ibsen, em 1964.
O crítico Décio de Almeida Prado, desde a estreia em “À Margem da Vida”, de Tennessee Williams, em 1948, incluiu Nydia “entre as melhores atrizes brasileiras”. Mas havia nela “certa frieza interna” que só foi vencer em 1957, com “Chá e Simpatia”, de Robert Anderson.
Ao longo da carreira, palavras como sensibilidade e delicadeza, dignidade e simplicidade foram usadas para descrever a atriz. No prefácio da autobiografia de Nydia (“Ninguém se Livra de Seus Fantasmas”, Perspectiva, 2002, 448 págs.), o crítico Sábato Magaldi recorda a “atriz sensível”. Nydia deixa uma filha, Sílvia, e dois netos. O velório e o enterro, ainda a serem marcados, devem acontecer neste domingo (13). (Folhapress)