Atrizes como Jessica Chastain, Meryl Streep e Emma Stone estariam organizando um protesto contra o assédio sexual para a cerimônia de premiação do Globo de Ouro no dia 7 de janeiro. A informação é da revista People.
De acordo com a publicação, várias atrizes pretendem ir à cerimônia vestidas de preto e, possivelmente, estender a manifestação para outras premiações durante a temporada.
O ano de 2017 foi marcado por denúncias de assédio sexual contra nomes de peso no entretenimento, como Harvey Weinstein, Dustin Hoffman e Louis C.K.
Esta será a primeira cerimônia dos Globos de Ouro depois da revelação do escândalo de crimes sexuais protagonizado pelo influente produtor cinematográfico Harvey Weinstein, entretanto seguida de uma torrente de denúncias contra nomes influentes de Hollywood e de outros sectores da sociedade norte-americana.
Uma das atrizes nomeadas para o Globo de Ouro, Jessica Chastain, que tem escrito sobre o caso Weinstein, disse estar a par do protesto e desafiou também os homens a assumirem uma posição pública. “Estou cansada de ver a imprensa exigir que apenas as mulheres falem. E quanto aos homens? Talvez muitos tenham medo de olhar para o seu próprio comportamento”, defendeu.
Segundo a The Hollywood Reporter, os looks vão simbolizar a igualdade de gênero. À Entertainment Weekly, uma fonte acrescentou que esta “aesthetic noir” pode continuar a marcar outras cerimônias de prêmios em 2018. E há outro tipo de ações planeadas. Nos Screen Actors Guild Awards, por exemplo, só serão permitidas apresentadoras femininas, em mais um gesto de solidariedade para com as vítimas.
Swara Bhaskar relata a dinâmica comum aos testes de elenco. “Os produtores insinuam que existem 10.000 candidatas para o mesmo papel. E perguntam: ‘O que você está disposta a fazer por ele?'”. “O teste do sofá é um dos segredos mais conhecidos do cinema indiano”, completa a jornalista cultural Anna MM Vetticad.
Entre as atrizes que se manifestaram estão Reena Saini e Tisca Chopra. A primeira afirma ter sido abusada sexualmente por um diretor de elenco dentro do carro dele, sofrendo ameaças de ter a carreira arruinada caso revelasse a história a alguém. A segunda explica: “Eles [os produtores] criam uma situação desconfortável e listam opções, dizendo que se uma mulher pretende ter sucesso, ela precisa fazer algumas coisas”.
A Ministra das Mulheres indiana, Maneka Gandhi, escreveu uma carta aberta a 25 dos maiores produtores do país, exigindo que “providenciem um ambiente de trabalho seguro e protegido para as mulheres”. O documento fornece mecanismos para facilitar o procedimento de denúncias de assédio dentro dos grandes estúdios.