O atual presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) solicitou, em 2023, um reembolso de R$ 27 mil por um jantar com 30 integrantes de seu próprio partido realizado em outubro daquele ano.
As informações são do portal Metrópoles. Conforme o site, o objetivo do jantar foi abordar “a implementação de aeroporto na cidade de Patos-PB”, terra natal de Motta, com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos). O jantar, porém, não consta na agenda oficial de Costa Filho.
A nota apresentada por Hugo Motta é a mais cara da atual Legislatura da Câmara, iniciada em 1º de fevereiro de 2023, na categoria alimentação. A nota fiscal foi apresentada pelo deputado à Câmara no dia 9 de outubro, mas o encontro teria ocorrido em 4 de outubro de 2023, segundo escreveu Motta ao pedir o reembolso.
O valor do jantar correspondeu a R$ 904 para cada convidado presente. Na época, Motta era líder da bancada do Republicanos na Câmara.
Na noite daquela quarta-feira, o ministro teve quatro reuniões com congressistas, mas nenhuma delas é o jantar da bancada do Republicanos.
De 18h30 às 19h, o ministro recebeu o deputado Giacobo (PL-PR); de 19h às 19h30; o vice-governador do Espírito Santo Ricardo Ferraço (PSDB). Das 19h30 às 20h, foi a vez do senador Mauro Carvalho (União-MT); e de 20h às 20h15, o deputado José Priante (MDB-PA).
Jantar com Lula teve vinho de R$ 1,2 mil e uísque japonês
Não é a primeira vez que jantares com a presença de Motta chamam atenção pelas altas cifras. Como mostrou o Estadão, jantar de Motta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes partidários da Casa foi regado a bebidas de alto valor. O evento ocorreu em abril deste ano.
O cardápio de alcoólicos servidos na residência oficial do presidente da Câmara incluiu pelo menos quatro vinhos espanhóis que custam R$ 1,2 mil a garrafa, um uísque japonês de R$ 550, dois uísques escoceses que custam por volta de R$ 600 a unidade e um licor de laranja.
Estiveram presentes os líderes de quase todos os partidos, com exceção do PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. As garrafas vazias das bebidas foram encontradas ao lado da residência oficial. Somadas todas as garrafas encontradas, foram gastos cerca de R$ 11 mil.
INSS
O presidente da Câmara já comunicou ao líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), que quer indicar um deputado considerado “moderado” para ser o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Cabe ao relator de uma CPI mista, entre outras atribuições, apresentar um cronograma de trabalhos, propor quebras de sigilo e a elaboração de um relatório final, com conclusões sobre irregularidades e pedidos de indiciamento de investigados.
A indicação do presidente do colegiado ficará a cargo do Senado. O senador Omar Aziz (PSD-AM), que é aliado de Lula, deve ser o escolhido para chefiar a comissão. Aziz presidiu a CPI da Covid do Senado em 2021.
Sóstenes Cavalcante contou que conversou com Motta sobre a relatoria, que é cobiçada por partidos da oposição e da base governista.
Segundo Sóstenes, Motta não quer na relatoria um nome do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e nem um do PT, partido de Lula.
A definição deve ocorrer na próxima semana e a tendência é de que um parlamentar de partido de centro seja o escolhido.
O líder do PL disse que se a sigla não conseguir a relatoria, vai articular a escolha de um nome de um partido de centro que seja mais próximo à oposição. Isso porque o líder do PL considera que a presidência da CPI vai ficar com um senador de partido de centro que tem maior proximidade com o Palácio do Planalto, o senador Omar Aziz.
Conforme cálculos de Sóstenes, o PL tem direito a seis cadeiras na CPI mista, mas deve ceder uma para o partido Novo, que também faz oposição à gestão do presidente Lula. As informações são do portal de notícias Metrópoles.