Retomadas em 2022, as obras de recuperação do Instituto de Educação Flores da Cunha estão 90% concluídas, permitindo já no mês que vem o retorno das aulas no tradicional prédio da avenida Osvaldo Aranha (bairro Bom Fim), próximo ao Parque da Redenção, em Porto Alegre. O investimento estadual é superior a R$ 17 milhões.
O edifício recebeu, nos últimos meses, serviços de pintura, paisagismo, recolocação de pedras portuguesas na calçada e entrada principal, instalação de brinquedos e cadeiras restauradas no auditório. A finalização das quadras esportivas e das fachadas são outras demandas que mobilizam as equipes. Recentemente, chegaram móveis e equipamentos escolares.
Dos cerca de 12 mil metros-quadrados de área total, 2 mil serão destinados ao Museu da Escola do Amanhã, cujas obras estão previstas para uma segunda etapa, ainda neste ano. Outros 2 mil metros-quadrados serão divididos entre o Centro de Formação e o Centro Gaúcho de Educação Mediada por Tecnologias (Cegemtec). Já o restante do prédio continuará recebendo alunos.
Em paralelo às obras de recuperação da escola, são restaurados os painéis artísticos da entrada principal. O trabalho está a cargo da empresa Floresta Arte, Conservação e Restauro, da restauradora Maria Cristina Ferrony, com o acompanhamento de Leila Sudbrack e das profissionais de restauração Vívian Lockmann, Thais Ferrony e Cristina Penteado. A ação foi possibilitada por R$ 536 mil destinados pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc).
Histórico
Com status de patrimônio cultural do Rio Grande do Sul, o Instituto de Educação é a mais antiga escola de formação de professores do Estado – sua fundação remonta a 1869. Seu icônico prédio foi inaugurado em 1937 e tombado em 2006 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).
Em sua estrutura destacam-se as telas pintadas a óleo no saguão do pavilhão central e tombadas pelo Iphae, em 2011. São elas: “Expedição a Laguna”, de Lucílio de Albuquerque (1916), “Batalha da Azenha”, de Augusto Luiz de Freitas (1922), e “Chegada dos Açorianos”, de Augusto Luiz de Freitas (1923). Todas foram restauradas entre os anos de 2005 e 2009.
São mais de 1.000 alunos matriculados, incluindo 34 na Educação Infantil, 556 no Ensino Fundamental, 371 no Ensino Médio e 44 na Educação de Jovens e Adultos (EJA, antigo “ensino supletivo”). Os estudantes da instituição foram encaminhados a outras instituições de ensino durante o período de reforma.
(Marcello Campos)