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Avião leva o terrorista italiano Cesare Battisti da Bolívia para a Itália

O avião decolou do aeroporto Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra. (Foto: Reprodução/Twitter)

Um avião transportando o terrorista italiano Cesare Battisti decolou da Bolívia por volta das 19h deste domingo (13) com destino à Itália. Battisti foi entregue pela polícia boliviana às autoridades italianas na cidade de Santa Cruz de la Sierra, onde foi preso na tarde de sábado (12).

O avião decolou do aeroporto Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra, cidade a cerca de 850 quilômetros da capital La Paz. Como entrou ilegalmente na Bolívia, Battisti foi expulso do país pelo governo local. Segundo a imprensa italiana, a previsão é de que Battisti desembarque no aeroporto de Ciampino, em Roma, por volta das 11h (horário de Brasília) desta segunda-feira (14).

Na Itália, Battisti deverá cumprir pena por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970. Ele afirma que nunca matou ninguém. A informação do embarque de Battisti para a Itália também foi divulgada pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, em uma rede social. Já o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, comemorou a prisão de Battisti e publicou, no Twitter, fotos do italiano no avião.

Governo brasileiro

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu neste domingo pela manhã com os ministros Sérgio Moro (Justiça), Augusto Heleno (Segurança Institucional) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Após a reunião, Heleno afirmou que, antes de voltar à Itália, Battisti passaria pelo Brasil. Um avião da Polícia Federal se deslocou para a Bolívia para efetuar a operação.

Depois da declaração de Heleno, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, afirmou, em uma rede social, que Battisti seria levado diretamente da Bolívia para a Itália.

Por volta das 18h30min, o Ministério da Justiça e o Itamaraty divulgaram uma nota em que confirmavam que Battisti não passaria pelo Brasil no retorno à Itália. Segundo a nota, “o Brasil ofereceu facilitar o embarque pelo território nacional e devido à urgência foi encaminhada uma aeronave da Polícia Federal brasileira à Bolívia”. Mas o documento acrescenta que se optou pelo envio direto de Battisti à Itália.

Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália nos anos 1970. Ele fugiu da Itália, viveu na França e chegou ao Brasil em 2004. O terrorista foi preso no Rio de Janeiro em março de 2007 e, dois anos depois, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio para ele.

Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.

Em setembro de 2017, o governo italiano pediu ao presidente Michel Temer que o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti. No ano passado, a Procuradoria-Geral da República pediu ao STF que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na extradição. Depois, o ministro Luiz Fux mandou prender o italiano e abriu caminho para a extradição, no início de dezembro. No dia seguinte da decisão de Fux, o então presidente Michel Temer autorizou a extradição de Battisti.

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