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Azitromicina não é eficaz em pacientes com coronavírus em estado grave, diz estudo

Essa é a primeira pesquisa randomizada no no mundo para testar os efeitos do fármaco. (Foto: Reprodução)

Pesquisadores mostraram que adicionar o antibiótico azitromicina ao tratamento com hidroxicloroquina não traz benefícios no tratamento de pacientes da Covid-19 internados em estado grave. O estudo, conduzido pelo grupo brasileiro Coalizão Covid-19 Brasil, foi publicado nesta sexta-feira (04) na revista científica The Lancet.

Essa é a primeira pesquisa randomizada no no mundo para testar os efeitos do fármaco, que também não trouxe diferença significativa no tempo de internação dos pacientes. O trabalho analisou 447 pacientes entre março e maio de 2020. O remédio foi ministrado em conjunto com a hidroxicloroquina em todos os indivíduos.

“Nossas descobertas não apoiam o uso rotineiro da azitromicina em combinação com a hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 severa”, escreveram. O diretor do Instituto de pesquisa do HCor e um dos autores da pesquisa, Alexandre Biasi, explicou sobre os resultados.

“Não encontramos aumento de efeitos adversos, mas simplesmente não há efeito benéfico”, disse. “[A azitromicina] é um medicamento que age contra bactérias. Muitas das pneumonias, doenças infecciosas do pulmão são causadas por bactérias e é um excelente medicamento, extremamente útil. Mas com infecção viral, não há efeito benéfico algum”. Biasi disse que não há dados suficientes para avaliar o efeito em pacientes que não foram hospitalizados, mas que não espera que tenha qualquer vantagem.

“Temos evidência e a evidência é que não funciona, tanto a hidroxicloroquina e azitromicina”, afirmou. “É melhor avançar com respostas firmes e aos poucos, que a gente possa confiar, do que sair arriscando sem ter embasamento apropriado”.

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