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Baixas temperaturas favorecem alergias respiratórias, como rinite e sinusite, que chegam a aumentar 40% no inverno

A baixa umidade do ar acaba ressecando as vias aéreas superiores, facilitando a entrada de bactérias e vírus, resultando no aumento das doenças durante esse período. (Foto: Reprodução de internet)

Temperaturas caindo, janelas se fechando, casacos e cobertores saindo dos armários. A combinação destes fatores faz do inverno, que começa na próxima quarta-feira, a estação perfeita para as doenças respiratórias. A mudança de tempo já acende o alerta para a estudante de Publicidade Michele Freitas, de 23 anos, que costuma ter crises de sinusite nesta época. “Eu fico muito indisposta. Durmo mal, quase não consigo fazer nada direito”, lamenta.

Hugo Leite, professor de Otorrinolaringologia da Unirio, explica que o frio faz com que o ‘filtro’ das impurezas no nariz fique mais lento. Com os ambientes fechados, é mais fácil pegar agentes infecciosos, causando doenças como gripe, sinusite e até pneumonia. “Tudo que é filtrado fica na mucosa. Lavar o nariz com soro fisiológico com frequência ajuda a evitar uma reação inflamatória”, indica o médico.

As alergias respiratórias, como bronquite, rinite, sinusite, otite, faringite e asma, costumam aumentar cerca de 40% no inverno. Os ácaros, que causam reações alérgicas, adoram se esconder nos casacos com cheiro de guardado, por isso é importante lavá-los bem antes de usá-los. Manter a casa limpa, utilizando aspirador de pó e panos umedecidos sem produtos de odor forte também evitam reações alérgicas. Ácaros também gostam de temperatura baixa e umidade.

“Quando o tempo está muito úmido, minha rinite ataca muito”, conta a estudante de Cinema Anna Iunes, 23. “Tento não tomar tanto remédio. Uso muito óleo essencial de hortelã para me ajudar a respirar”.

A alergista Fátima Emerson, da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, alerta que, como a rinite tem sintomas parecidos com os de um resfriado, muitas pessoas se automedicam com antigripais. No entanto, atacar apenas os sintomas é paliativo, já que a rinite é uma inflamação permanente. Só um médico pode recomendar um tratamento eficaz.

A médica indica sprays nasais com cortisona, que são preventivos e não prejudicam o corpo como os descongestionantes nasais. “A rinite não mata, mas maltrata. Ela pode evoluir e trazer outras infecções, como sinusite e otite, e até causar pneumonia. Também pode causar problemas no sono, nos dentes (pela respiração pela boca) e até complicações na fala”, destaca a especialista.

Doenças

Segundo o pneumologista Waldo Mattos, do Grupo Hospitalar Conceição, a exposição ao frio agrava várias doenças respiratórias. “Isso ocorre devido ao efeito danoso direto do frio sobre o epitélio da via aérea, tecido que reveste a mucosa das fossas nasais”. De acordo com o médico, outro fator que contribui para o aparecimento de doença respiratórias no inverno é o hábito de permanecer em ambientes fechados por mais tempo, para se aquecer. “Isso eleva o índice de infecções virais”, explica Waldo Mattos.

A gripe e os resfriados são causados por vírus, porém a gripe é mais agressiva na população infantil e nos idosos, bem como em pessoas com imunidade baixa, existindo maior possibilidade de complicações.

A rinite alérgica é desencadeada normalmente por contato com mofo, poeira, pólen entres outros elementos. Pessoas que tem alergia na verdade possuem um organismo que reage com uma defesa exagerada a algumas substâncias que não são agressivas em pessoas comuns. (Alessandra Monnerat/AD e Ministério da Saúde)

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