Deputados da bancada evangélica na Câmara Federal se articulam para tentar derrubar o decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro que flexibiliza o porte armas.
O armamento da população é umas das principais discordâncias dos religiosos no Legislativo em relação ao governo. Com a força de 195 deputados inscritos, o grupo foi fundamental para a eleição de Bolsonaro.
PSOL, PT e Rede já apresentaram projetos de decretos legislativos que revogam integralmente a medida. Os deputados evangélicos, porém, não querem apoiar as iniciativas de partidos de esquerda, e sim apresentar um projeto próprio, se for o caso.
A bancada ainda não deliberou formalmente sobre o tema. Um vice-líder do governo, porém, avalia que, com a força dos evangélicos, a derrubada do decreto é um risco real para o Planalto.
Decreto
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta semana o decreto que altera as normas sobre o direito ao porte de armas e munições – autorização para transportar armas fora de casa. As novas regras se somam às normas sobre posse de armas, que tratam do direito de ter armas em casa e também foram flexibilizadas por meio de decreto assinado no 15º dia do governo de Bolsonaro.
Entre outras mudanças, ficam autorizadas a transportar armas fora de casa categorias como político em exercício de mandato, advogado, oficial de justiça, caminhoneiro, colecionador ou caçador com certificado, dono de loja de arma ou escola de tiro, residente de área rural, agente de trânsito, conselheiro tutelar, jornalista de cobertura policial, instrutor de tiro ou armeiro, colecionador ou caçador e agente da área de segurança pública – mesmo que inativo.