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Bancário é preso no Interior do RS por golpe financeiro contra clientes

Funcionário tinha correntistas idosos como vítimas preferenciais. (Foto: Freepik)

Um funcionário da agência do Banco do Brasil na cidade de Bom Jesus (Região Nordeste do Estado) foi preso preventivamente pela Polícia Civil, além de ter suas contas e bens bloqueados por ordem judicial. Ele é suspeito de aplicar mais de R$ 1 milhão em golpes financeiros contra mais de 30 clientes da instituição.

Correntistas idosos compõem a maioria das vítimas. De acordo com os investigadores, elas foram atraídas para a fraude com ofertas tentadoras de liberação de empréstimos cujos pedidos anteriores haviam recebido resposta negativa da gerência, devido a problemas relacionados a pendências bancárias ou não enquadramento no perfil exigido.

O estelionato era cometido com o fornecimento de informações particulares e reconhecimento facial-biométrico pelas vítimas, de forma espontânea. Esses dados serviam então para o suposto envolvido emitir cartões de crédito e então efetuar compras em nome dos indivíduos enganados – houve quem perdesse mais de R$ 20 mil. A Polícia Civil constatou que alguns dos cartões obtidos de modo fraudulento foram utilizados no comércio local.

Uma sindicância foi aberta pelo Banco do Brasil e resultou no afastamento do funcionário. Ele também foi alvo de ao menos quatro mandados de busca e apreensão, cumpridos por agentes em endereços ligados ao bancário, No roteiro, os municípios de Canela e São Francisco de Paula, ambos na Serra Gaúcha.

Outro golpe

Por meio do site pc.rs.gov.br, a Polícia Civil gaúcha detalha outra modalidade de fraude que tem atingido vários gaúchos. Trata-se do “golpe do falso intermediário”, por meio do qual os criminosos recorrem a expedientes bem elaborados para enganar as vítimas, no que hoje é conhecido como “engenharia social”.

Conforme a titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (3ª DP), Luciane Bertoletti, o modus operandi dos criminosos não é novo, mas utiliza “novos contornos a cada nova investida”. Ela comandou uma operação contra esse tipo de crime em junho, quando foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e dez ordens de prisão temporária nas cidades mato-grossenses de Várzea Grande e Cuiabá.

Como funciona: a fraude tem como ponto de partida a publicação do anúncio de algum bem, geralmente veículos, em plataformas digitais, seja em marketplaces de redes sociais ou em sites especializados em compra e venda de produtos seminovos. Além disso, geralmente esse esquema prejudica comprador e vítima.

O criminoso identifica um anúncio real publicado por um vendedor idôneo. Ele copia fotos, descrição e detalhes do produto e republica essas informações em outro anúncio, oferecendo o mesmo bem por um preço mais atrativo. Assim, atrai potenciais compradores.

Quando alguém se interessa, a potencial vítima entra em contato com o vendedor acreditando negociar com o verdadeiro dono do produto. O golpista, então, combina a visita para ver o bem, mas orienta o comprador a não comentar sobre o valor negociado, alegando que o anúncio original é apenas uma ‘referência.

No desenrolar da conversa, acreditando estar comprando o bem de um verdadeiro vendedor, o cliente faz a transferência do valor para uma conta indicada pelo golpista, gerando assim um prejuízo para o comprador, já que na hora de efetivamente obter o bem, descobre que o vendedor era outra pessoa.

O vendedor, que nada recebeu, também se vê envolvido em uma situação delicada, já que muitas vezes a vítima acredita ter sido enganada por ele. Em alguns casos, o golpista assume o papel de apenas ser o intermediador que conversa tanto com o comprador, quanto com o vendedor, enganando as duas pessoas.

Para não se tornar uma vítima, é importante sempre desconfiar de preços muito abaixo do mercado. Igualmente importante é verificar se o contato foi feito diretamente pelo canal oficial da plataforma onde está o anúncio (evite dar andamento em negociações com pessoas que chamam por outros canais que não o oficial oferecido pela plataforma).

Nunca realize pagamentos a terceiros que não estejam vinculados diretamente ou formalmente com o anúncio. No momento da visita, se houver, indague sobre valores, formas de pagamento e destinatários e, ao fazer uma transferência, cheque as informações de destinatário.

Caso tenha caído no golpe, realize o registro do Boletim de Ocorrência. Reúna informações como prints, links e comprovantes de pagamento. Registre ocorrência na delegacia mais próxima ou em delegaciaonline.rs.gov.br.

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