O BC (Banco Central) decidiu nesta terça-feira (18) colocar o Banco Master sob administração especial temporária por 120 dias e decretar a liquidação extrajudicial do conglomerado.
A decisão ocorreu um dia depois de a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição de Daniel Vorcaro e pouco mais de dois meses após o BC ter rejeitado a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília). Vorcaro foi preso no aeroporto de Guarulhos (SP) durante uma operação da PF (Polícia Federal).
A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada para conduzir a administração especial. Com a liquidação, qualquer negociação de compra em curso é automaticamente interrompida.
Liquidação extrajudicial é quando o BC fecha um banco que não tem mais condições de funcionar. Um liquidante assume o controle, encerra as operações, vende os bens e paga os credores na ordem prevista em lei, até extinguir a instituição. Nessa etapa, as operações são encerradas e o banco deixa de integrar o sistema financeiro nacional.
No ofício assinado pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a liquidação do Banco Master acontece “em razão do comprometimento da situação econômico-financeira da instituição, com deterioração da situação de liquidez, bem como por infringência às normas que disciplinam a atividade bancária e inobservância das determinações do Banco Central do Brasil”.
O Banco Master já enfrentava risco de falência devido ao alto custo de captação e a investimentos considerados arriscados. A instituição emitia CDBs que pagavam até 40% acima da taxa básica do mercado e mantinha posições em precatórios e em empresas em dificuldades.
Para evitar a quebra, foram feitas tentativas de venda, como a proposta do BRB, mas todas acabaram envolvidas em questionamentos, pressões políticas e falta de transparência.
Órgãos de controle e o Banco Central passaram a contestar a operação, que também foi impactada por menções ao Master em diversas investigações, além de pressões políticas e disputas judiciais.
