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Banco Central do Brasil reitera ritmo de corte da taxa básica de juros para as duas próximas reuniões

O Brasil ultrapassou o Canadá e a Rússia para ocupar a 9ª posição do ranking, com um PIB de US$ 2,17 trilhões no ano passado. (Foto: Reprodução)

A menção no último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o fato de o colegiado antever reduções de 0,5 ponto percentual da Selic (taxa básica de juros) “nas próximas reuniões” se refere apenas aos próximos dois encontros do colegiado. A afirmação foi feita na última quinta-feira (21) pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

“A resposta é sim (se refere apenas às próximas duas reuniões)”, disse ao ser questionado sobre o assunto, na entrevista coletiva concedida para comentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, divulgado mais cedo pela autoridade monetária.

Na entrevista, Campos também afirmou que, se a economia mostrar “um consumo consistentemente subindo, com investimento consistentemente caindo”, isso poderá pressionar a inflação futura para cima.

“Mas, olhando para períodos mais longos de investimento, não tem ocorrido isso (consumo consistentemente subindo e investimento consistentemente caindo)”, disse.

O presidente ainda destacou que o Federal Reserve, o banco central americano, realizou um “esforço mais recente” para desfazer ruídos que surgiram nas últimas semanas “a partir das projeções dos governadores regionais”. Na ocasião, com base nessas projeções, parte do mercado passou a precificar “uma antecipação de queda dos juros” nos Estados Unidos.

“O esforço mais recente foi para dizer que não é bem assim”, afirmou Campos. “Teve uma diferença entre o que o Fed falou e o que o mercado interpretou”.
Campos reforçou que “a gente entende que a relação entre a política monetária” no Brasil e a conduzida pelo Fed “não é mecânica”.

Na entrevista, Campos também minimizou a diferença entre a projeção do próprio BC (4,5%) e a mediana do mercado (5%) para a taxa neutra de juros em termos reais, afirmando que a distância “não é tão grande”.

O presidente do BC afirmou que “a desinflação está em linha com o que a gente esperava”. “Olhando o conjunto, a gente entende que o ritmo de queda é apropriado”, disse.

Ele também afirmou que o hiato do produto, uma medida da ociosidade da economia, “está estável” e “perto do que [o BC] esperava”.

Já o diretor de Política Econômica , Diogo Guillen, destacou que as indicações de “próximos passos” dadas pela autoridade monetária “têm condicionalidade”. “A gente vincula [as indicações de próximos passos] ao cenário esperado”, afirmou Guillen.

O presidente do BC disse ainda que “a gente sai da semana com boas notícias” na área fiscal.

“A gente reconhece que tem um grande esforço do ministro [da Fazenda] Fernando Haddad”, disse Campos. “Nesta semana teve várias vitórias importantes nesse sentido.”

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