O Banco do Brasil (BB) anunciou que tomará ações judiciais após ataques bolsonaristas em redes sociais. Postagens com fake news sobre a existência de sanções estrangeiras e de bloqueio de ativos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) recomendam a retirada de recursos da instituição financeira.
Em nota enviada à Agência Brasil, o banco informou ter identificado o surgimento de “publicações inverídicas e maliciosas que disseminam informação em redes sociais, com o objetivo de gerar pânico e induzir a população a decisões que podem prejudicar a sua saúde financeira”.
“Declarações enganosas ou inverídicas que tenham como objetivo prejudicar a imagem do Banco do Brasil não serão toleradas. O banco tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários”, ressaltou o BB no comunicado.
A nota lembrou que a Lei 7.492/1986, que trata de crimes contra o sistema financeiro nacional, pune com multa e pena de dois a seis anos de reclusão quem divulga informações falsas ou incompletas sobre instituições financeiras.
O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, disse nesse sábado (23) que o bolsonarismo tem atacado o Banco do Brasil. “Tem bolsonaristas em rede social defendendo saques de valores”, afirmou.
“Há projetos no Congresso para perdoar dívidas do agro, [setor] que não está com problemas. Está aumentando a inadimplência [no BB] por uma ação concertada, uma ação deliberada de bolsonaristas que estão tentando minar as instituições públicas”, disse o ministro ao canal de YouTube do jornalista Luiz Nassif, o TV GGN.
Em participação em um veículo de extrema direita, o advogado bolsonarista Jeffrey Chiquini – que atua na defesa do ex-assessor presidencial Filipe Martins no STF – chegou a afirmar que todos deveriam retirar seus recursos do BB imediatamente, já que o banco estaria na iminência de ser atingido pela Lei Magnitsky. “Quem tem conta no Banco do Brasil cancele, tire o dinheiro imediatamente”, disse ele.
Análise da AGU
A instituição enviou um ofício à Advocacia-Geral da União (AGU) em que pede a tomada de medidas jurídicas cabíveis. No entanto, a nota do BB não menciona diretamente o documento.
O comunicado ressaltou que o Banco do Brasil atua em plena conformidade com a legislação brasileira, as normas dos mais de 20 países onde está presente e os padrões internacionais que regem o sistema financeiro. “Com mais de 80 anos de atuação no exterior, a instituição acumula sólida experiência em relações internacionais e está preparada para lidar com temas complexos e sensíveis que envolvem regulamentações globais”, destacou o BB.
O banco informou que tem assessoramento jurídico especializado para garantir atuação alinhada às melhores práticas de governança, integridade e segurança financeira. A instituição reforçou o compromisso em oferecer soluções responsáveis, seguras e sustentáveis para todos os seus públicos.
Desde o começo da semana, o Banco do Brasil colocou em curso uma estratégia de contenção de danos. A própria diretoria ligou para os 100 maiores investidores para dar esclarecimentos sobre boatos. Funcionários e gerentes foram orientados a falar com clientes. As informações são da Folha de S. Paulo, ICL Notícias e G1