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Bancos brasileiros recebem alerta contra vírus que rouba caixa eletrônico

As instituições têm dez dias para apresentar defesa e, posteriormente, se confirmados os indícios de infração, poderão ser multadas em até R$ 9,7 milhões. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

O malware ATMJaDi pode chegar ao Brasil em breve. Para os bancos locais não serem pegos de surpresa, a empresa de segurança Kaspersky soltou um alerta sobre o malware que tem caixas eletrônicos como alvo. Até o momento, sua atividade foi registrada no México e Colômbia. As informações são do portal Tecmundo.

Após a infecção no caixa eletrônico, o ATMJaDi permite o saque de todo o dinheiro disponível fisicamente no local. Para instalar o software malicioso na máquina, é necessária uma interface web para acessar o servidor HTTP. Ou seja: o grupo cibercriminoso deve ter sucesso à rede que conecta os caixas eletrônicos, visto que o malware não se controla via teclado ou tela touch.

Logo após que o malware infecta o caixa, ele exibe uma mensagem que diz “Liberdade e glória” na tela – a Kaspersky nota que essa frase ainda pode aparecer nos idiomas russo, chinês, espanhol e português. Segundo Dmitry Bestuzhev, diretor da Equipe Global de Análise e Pesquisa da Kaspersky Lab na América Latina, “talvez isso tenha sido incluído para despistar a verdadeira origem do malware, porque pessoas nativas em russo não usariam esta palavra neste contexto”.

“As ações necessárias para evitar um ataque direcionado como este são simples: basta que a rede dos caixas eletrônicos esteja isolada da rede corporativa e que seu acesso seja restrito, isso já impediria o golpe. Em segundo lugar é essencial que uma instituição financeira tenha soluções avançadas para monitorar possíveis atividades maliciosas, o que permitiria detectar a atividade do malware, mesmo este usando processos legítimos do software de controle do ATM”, analisa Bestuzhev.

“O fato do malware estar em atividade na Colômbia e já contar com a mensagem em espanhol e em português são um grande alerta para bancos brasileiros e latino-americanos. Tradicionalmente os cibercriminosos colombianos costumam vender seu malware para outros países.”

Uso de IA contra fraude deve triplicar até 2021

É comum a utilização da tecnologia para facilitar tarefas cotidianas. Com um smartphone, já não é necessário realizar pagamentos em bancos ou ir ao mercado para fazer compras. Assim como o consumidor, empresas recorrem a ferramentas tecnológicas para inúmeras transações; e em todos esses casos é necessário ter atenção à segurança.

Um estudo global da ACFE (Associação dos Investigadores de Fraude Certificados) em parceria com a SAS, empresa especializada em analytics, mostra que, até 2021, o uso de inteligência artificial (IA) e de machine learning para combater fraudes deverá triplicar. Atualmente, 13% das empresas analisadas utilizam essas estratégias, mas, em até 2 anos, 25% delas planejam adotar as medidas.

O estudo The Anti-Fraud Technology Benchmarking Report analisou dados de mil membros da ACFE e consultou empresas de 24 setores, sendo 21% delas relacionadas a serviços bancários e financeiros e 17% de governo e administração pública. A maioria delas (49%) é dos Estados Unidos, enquanto 13% são da Europa Ocidental e 12% da África Subsaariana.

A pesquisa também mostra que mais empresas deverão passar a utilizar a biometria nas estratégias antifraude. Uma a cada quatro empresas — ou 16% delas — já utiliza o recurso, enquanto 16% pretendem implementá-lo. Outra mudança que deverá ser realizada tem relação com a técnica para analisar dados: 72% das empresas planejam adotar monitoramento automatizado, relatórios de exceção e detecção de anomalias e cerca de metade delas pretende utilizar análise preditiva e modelagem (52%) e visualização de dados (47%).

O principal obstáculo apontado é o orçamento para as ferramentas; porém, isso também pode mudar. Segundo o relatório, mais da metade das empresas (55%) projeta aumentá-lo nesse período.

Entender soluções e estratégias, segundo James Ruotolo, diretor sênior de Produtos e Marketing para Fraudes e Inteligência de Segurança da SAS, é importante para direcionar investimentos em tecnologia antifraude. Para Bruce Dorris, presidente da ACFE, saber quais técnicas são mais efetivas para gerenciar os riscos é “crucial” para o sucesso da implementação das tecnologias com esse fim.

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