O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou a quarta-feira (26) com valorização de 1,70%, renovando sua marca histórica para 158,5 mil pontos. O dólar, por sua vez, recuou e ficou cotado a R$ 5,33. O destaque foi a divulgação do IPCA-15, indicador que funciona como prévia da inflação oficial no País. Em novembro, o índice ficou em 0,20%, levemente acima das expectativas do mercado de 0,18%.
“Embora em linha com as expectativas, trouxe uma composição menos benigna do que a esperada, sobretudo por conta da inflação de serviços”, afirma Bruno Perri, economista-chefe, estrategista de investimentos e sócio-fundador da Forum Investimentos.
No mercado de ações, os principais bancos do país acompanharam a alta do principal índice da B3. Os papéis do Itaú (ITUB4) valorizaram 2,36%, enquanto os papéis do Bradesco (BBDC3; BBDC4) apresentaram alta de 2,59% (BBDC3) e de 3% (BBDC4). O Santander (SANB11) avançou 1,79% e o Banco do Brasil (BBAS3), 1,14%.
No exterior, o mercado opera de olho no Livro Bege do Federal Reserve (Fed), banco central americano. O otimismo veio após um tom mais dovish (leve) da autoridade monetária, que resultou em um aumento na expectativa de corte de juros nos Estados Unidos ainda esse ano, na reunião de dezembro.
O real também se beneficiou dessa conjuntura com o forte recuo do dólar, refletindo também os dados fracos de emprego nos Estados Unidos e as falas mais dovish de dirigentes do BC. A moeda fechou as negociações com queda de 0,77%, a R$ 5,335, o menor valor desde o dia 19 de novembro.
“Fica claro que o apetite ao risco colabora com a queda de prêmio nas taxas de juros mais longas, o que favorece a bolsa brasileira”, disse Bruno Perri.
Expectativas
O fechamento do Ibovespa na sessão dessa quarta também foi o melhor desde o dia 12 de novembro, quando o índice interrompeu 15 altas seguidas e uma sequência de 12 recordes de fechamento, aos 157.749 pontos.
A expectativa por mais um corte de juros nos EUA também beneficiou os principais índices de Nova York que ampliaram a alta da abertura na véspera do feriado do Dia de Ação de Graças. O Dow Jones subiu 0,67%, seguido pelo S&P 500, que ganhou 0,69%.
O crescimento foi ainda maior no Nasdaq, que avançou 0,82% com apoio também das ações do setor de tecnologia. Foi a quarta alta consecutiva das bolsas americanas.
“O movimento de apetite por risco nas bolsas americanas hoje reflete fundamentalmente a redução nas taxas das treasuries, com sinais de dirigentes do Fed estimulando apostas de corte de juros na reunião de dezembro, e por indicadores de atividade, como os pedidos iniciais de seguro-desemprego e as encomendas de bens duráveis, que continuam sinalizando à desaceleração da economia americana”, afirmou Perri.
Os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA somaram 216 mil na semana encerrada no dia 22 de novembro, de acordo com o Departamento do Trabalho do país. O total de pedidos ficou abaixo do consenso dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que apontava para 225 mil novos pedidos.
De olho nos EUA
A perspectiva de um novo corte na taxa de juros dos EUA também segue no radar do mercado global. O otimismo com a flexibilização da política monetária leva em conta os novos dados econômicos divulgado nesta terça, 25, que sugeriram uma certa fraqueza da economia americana.
A possibilidade de um corte impulsionou também as bolsas asiáticas. O Nikkei 225, do Japão, encerrou o dia com alta de 1,8%, com avanço das principais exportadoras e das ações de tecnologia. Na Coreia do Sul, o Kospi também subiu 2,7%, assim como o Taiex de Taiwan, que avançou 1,9%.
Apenas na China os resultados foram mistos. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,1%. Enquanto o Xangai Composto recuou 0,15%, e o Shenzhen Composto subiu 0,3%. O índice S&P/ASX 200 da Austrália fechou com alta de 0,8%, e o S&P/NZX 50, da Nova Zelândia, avançou 0,6%.
As bolsas europeias também operaram em alta nessa quarta de olho também no orçamento de outono no Reino Unido e nas negociações de um acordo de paz na Ucrânia. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em alta de 1,04%. Ο FTSE 100, do Reino Unido, ganhou 0,85%, assim como o DAX, da Alemanha, que subiu e o CAC 40, da França, valorizou 0,83%. Com informações da Veja, Exame e CNN Brasil.
