Ícone do site Jornal O Sul

Bolsonaro adia a decisão sobre o cargo de procurador-geral da República para a próxima sexta. “Tem uns 80 no páreo”, brinca

"Foi feita uma devassa. No ano passado, quase todo dia a Receita entrava na minha vida financeira", disse Bolsonaro. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Dois dias depois de dizer que deveria anunciar a sua indicação para o comando da PGR (Procuradoria-Geral da República) até segunda-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro adiou para a próxima sexta-feira (16) a previsão de quando vai revelar a sua escolha.

Ele justificou o adiamento comparando o processo a um casamento, metáfora que costuma utilizar frequentemente, e brincou que hoje há “uns 80” candidatos no páreo para chefiar o MPF (Ministério Público Federal). “Não decidi ainda. PGR, passamos para, talvez sexta-feira da semana que vem, a gente decida aí. Porque é uma escolha muito importante, né? O mesmo de quando você se casou na tua vida. Você não escolheu bastante para se casar? E ela também escolheu bastante para casar contigo”, afirmou Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.

Na quarta-feira (07), o presidente havia dito que pretendia anunciar o nome do escolhido até o início da semana que vem para que a pessoa tenha tempo de articular a própria aprovação no Senado. Ele também disse, na ocasião, que os jornalistas “vão morrer curiosos”.

Questionado se o número de candidatos que podem ser escolhidos aumentou, ele negou, mas em seguida disse que “todo mundo está no páreo”. “Uns 80 no páreo, é isso?”, declarou olhando para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que estava ao seu lado e respondeu que “tem bastante gente”.

Ao ser indagado se Moro lhe fez alguma recomendação sobre a escolha para a PGR, Bolsonaro confirmou, mas disse que também ouve outros ministros. “Em grande parte eu me aconselho com ele. Eu sou técnico de um time de futebol, ele é um jogador. Então, o jogador conversa comigo, dá sugestão: “Esse nome talvez não dê certo, aquele seja melhor”. Assim como os demais ministros. Eu sou uma pessoa que, para contrariar o que muitos falaram de mim no passado, eu sou extremamente democrático.”

Sob pressão tanto do mundo político quanto do Jurídico, Bolsonaro reservou a sua agenda oficial para receber candidatos ao posto de procurador-geral da República nos últimos dias. Desde o final da semana passada, o presidente da República recebeu pelo menos quatro postulantes à sucessão de Raquel Dodge, cujo mandato termina em setembro, todos sugeridos por aliados do chefe do Executivo, que tentam emplacar um nome de perfil conservador na PGR.

Sair da versão mobile