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Bolsonaro admite “casos isolados” de corrupção no seu governo

O presidente defendeu a PEC que cria e amplia benefícios sociais. (Foto: Alan Santos/PR)

Após anos dizendo que não havia nenhum caso de corrupção em seu governo, o presidente Jair Bolsonaro mudou o discurso e admitiu nesta quarta-feira (29) que há “casos isolados” de irregularidades. Bolsonaro disse, no entanto, que não há “corrupção endêmica”.

“Bem como o combate à corrupção. Isso nós estamos muito bem no governo. Não temos nenhuma corrupção endêmica no governo. Tem casos isolados que pipocam e a gente busca solução para isso”, discursou Bolsonaro, durante evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O discurso contra a corrupção foi um dos pilares de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 e continuou sendo muito utilizando durante seu governo. Em março, por exemplo, o presidente afirmou que não havia “qualquer denúncia de corrupção” em seus ministérios

“E quando se fala em corrupção, nós temos que falar: três anos e três meses sem qualquer denúncia de corrupção em nossos ministérios. Tentam a toda maneira nos igualar com quem nos antecedeu, mas não conseguirão, porque é um governo que acima de tudo tem profundo respeito pela sua população.”

As falas de Bolsonaro foram proferidas em meio a um escândalo de desvios no Ministério da Educação (MEC). São investigadas denúncias de suposto favorecimento de amigos de pastores evangélicos no repasse de recursos da pasta durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, preso recentemente e já solto.

No Senado, já foi protocolado o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis irregularidades.

Durante o evento desta quarta, Bolsonaro afirmou também que paga um preço alto por, segundo ele, não ter negociado ministérios com partidos políticos.

“Há poucos anos, tinha um problema qualquer, tal partido ganhava ministério, outro perdia, ganhava banco, perdia uma estatal. Era assim. então as pessoas realmente não eram as mais adequadas para ocupar esses postos-chaves”, disse.

“Conosco, [foi] diferente. Paguei e pago preço altíssimo por isso. Olha a CPI quase saindo aí, de um assunto que parece que está enterrado, parece. Mas quando se abre CPI, abre-se um mar de oportunidades para oportunistas fazerem campanha contra a gente”, completou o presidente.

A prisão de Ribeiro, no entanto, é somente o caso mais recente envolvendo suspeitas de corrupção no governo. No quarto ano de mandato, a gestão de Bolsonaro – que se elegeu tendo o discurso anticorrupção como tônica de sua campanha – já acumula acusações e investigações que envolvem ministros e importantes estruturas de governo.

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