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Bolsonaro classificou como um “desentendimento natural” as eventuais desavenças entre o ministro da Economia e o presidente da Câmara dos Deputados

"Eu não tenho problemas nem com Rodrigo Maia nem com Paulo Guedes. Temos, às vezes, desentendimento, o que é natural", disse o presidente. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou, nesta sexta-feira (2), como “um desentendimento natural” as eventuais desavenças com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“Eu não tenho problemas nem com Rodrigo Maia nem com Paulo Guedes. Temos, às vezes, desentendimento, o que é natural. Quero uma coisa, Rodrigo não quer. Paulo Guedes quer uma coisa, eu não quero. Isso aí é natural”, disse ele.

As declarações foram feitas após a troca de críticas entre o ministro e o parlamentar em relação a propostas da equipe econômica. Após a entrega da proposta do Renda Cidadã, Maia questionou “por que Paulo Guedes interditou o debate da reforma tributária?”. Guedes acusou o deputado de ter “acordo com a esquerda”. Maia rebateu dizendo que “Guedes está desequilibrado”.

De acordo com apuração da âncora Daniela Lima e da colunista Renata Agostini, da CNN Brasil, a troca de farpas é mais um capítulo da briga pública entre os dois, que estão rompidos desde o início do mês, quando Maia anunciou que passaria a tratar dos assuntos econômicos apenas com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, articulador oficial do Palácio do Planalto.

Outro ponto da discórdia foi a discussão de dois fundos bilionários, cujos repasses podem chegar a R$ 485 bilhões, para compensar os Estados e municípios da perda da arrecadação com a aprovação de uma reforma tributária.

Maia ironizou o fato de o ministro da Economia ter feito uma promessa em julho de que faria quatro grandes privatizações em 90 dias, o que não aconteceu.

Reforma tributária

O presidente da Câmara questionou quais os motivos para o ministro da Economia estar interditando o debate da reforma tributária. O parlamentar usou as redes sociais para pressionar Guedes a encaminhar a segunda parte da proposta ao Congresso Nacional.

Aliados do governo indicaram que o texto ainda não foi enviado por não haver acordo com lideranças partidárias. “Por que Paulo Guedes interditou o debate da reforma tributária?”, escreveu Maia em sua página oficial no Twitter.

Sem acordo com a base, o governo não enviou a proposta para criar o imposto sobre transações digitais nos moldes da antiga CPMF. Havia a expectativa de que o texto seria encaminhado no início da semana.

Em julho, Guedes afirmou, em evento da XP Investimentos, que Maia tinha interditado o debate sobre a proposta.

No inicio do mês, Maia afirmou ter rompido a interlocução com Guedes após o
ministro vetar que integrantes da equipe econômica conversassem com o presidente da Câmara.

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