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Bolsonaro disse que a titular da pasta da Mulher é uma “ministra com importância não muito grande”

Declarações da ministra Damares Alves têm causado polêmicas. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que Damares Alves, titular da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, é “uma ministra com importância não muito grande”.

Ele deu a declaração na quinta-feira (21), durante uma transmissão ao vivo no Facebook realizada em Santiago, no Chile, quando comentava a proposta de reforma da Previdência dos militares, dizendo que havia escutado seus auxiliares antes de apresentá-la ao Congresso Nacional.

“Quero deixar bem claro que qualquer decisão minha eu ouço qualquer ministro da área. Não tomo sozinho, até porque eu posso errar. Eu tenho que ter responsabilidade”, disse o presidente. “Até com a Damares, que é uma ministra com importância não muito grande, mas tem importância. A Damares é uma ministra que trata da questão da família, direitos humanos. Eu conto com ela e está fazendo um trabalho excepcional no seu ministério”, afirmou.

Polêmica

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu, neste mês, que o governo adote ações nas escolas para ensinar meninos a levarem flores e abrirem a porta do carro para as mulheres. Ela pediu que sejam adotadas ações nas escolas para “ensinar meninos a amar e a respeitar as meninas no Brasil”.

A declaração ocorreu durante um evento em alusão ao Dia Internacional da Mulher e foi motivo de polêmica, já que os usuários das redes sociais aproveitaram a data para discutir questões como desigualdade de gênero e feminicídio. Mais tarde, após críticas a suas falas, Damares disse, em sua conta no Twitter, saber que medidas como a que mencionou “não resolvem o problema”.

No evento comemorativo, a ministra assinou um acordo de cooperação técnica com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para tentar aumentar o uso de equipamentos como tornozeleiras eletrônicas e botão do pânico na prevenção de casos de violência doméstica.

Em fevereiro, após discursar na ONU (Organização das Nações Unidas), a ministra disse ter sido alvo de chacotas por conta da sua história de vida. “Zombaram da minha história de dor e da enfrentada por milhões de crianças que sofrem violência sexual no Brasil”, declarou a um grupo de jornalistas.

Ela contou que, após sofrer abusos durante a infância, pensou em se suicidar mas desistiu ao ver Jesus Cristo em cima de um pé de goiaba. “Riram e zombaram da minha história de sofrimento e dor. Mas não riram e zombaram só desta ministra quando fizeram tanta chacota. Riram e zombaram de milhões de meninas que são abusadas no Brasil. Isso me incomodou. Riram das crianças que estão tentando suicídio no Brasil, que estão se suicidando”, desabafou.

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