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Bolsonaro disse que discutirá a implantação de uma fábrica da Tesla no Brasil

A empresa agora é avaliada em US$ 907 bilhões (cerca de R$ 4,5 trilhões). (Foto: Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou nesta sexta-feira (21) que irá aos Estados Unidos em março para tentar atrair para o Brasil uma fábrica da Tesla, montadora americana de veículos elétricos.

“Em março estarei nos Estados Unidos. Em nossa extensa agenda a possibilidade da Tesla no Brasil”, publicou o presidente da República em uma rede social nesta manhã.

A postagem de Bolsonaro veio acompanhada da imagem de uma planta da empresa com o título “Governo quer instalar no Brasil fábrica da montadora norte-americana de veículos elétricos Tesla.

Na quinta-feira (20), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, já havia publicado em uma rede social que havia este interesse do Brasil.

O parlamentar afirmou ter participado de videoconferência com o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e o ministro-conselheiro da embaixada dos EUA no Brasil, William Popp, “tratando de atrair para o Brasil fábrica da americana Tesla, empresa de tecnologia renovável que produz baterias e carros elétricos”.

Na semana passada, de acordo com a agenda oficial de Pontes, ele se reuniu com o deputado Daniel Freitas (PSL-SC) e o diretor de Desenvolvimento Econômico de Criciúma (SC), Claiton Pacheco Galdino para desenhar um planejamento para contatar representantes da Tesla.

Ex-funcionários

Assim como diversas outras companhias envolvidas em negócios com muita competitividade, a Tesla acaba exigindo demais dos seus funcionários.

Desde longas jornadas até o estresse e a inconstância de trabalhar sob o comando de Elon Musk, o trabalho na maior montadora elétrica pode ser bem exaustivo e desgastante.

Alguns funcionários da Tesla que trabalharam na companhia entre 2008 e 2019 descreveram quais foram os momentos mais difíceis e as partes mais desgastantes de suas funções ao Business Insider, site americano focado em negócios.

Os trabalhadores relataram ao veículo sob anonimato, com medo de sofrer represálias da companhia. Procurada pelo Business Insider, a Tesla não respondeu ao pedido de comentário sobre as mensagens.

Confira abaixo as principais dificuldades que os ex-funcionários tiveram contato durante o período trabalhado na Tesla.

“A pior parte é o ambiente horrível e tóxico que Elon cria, com metas irrealistas sem um plano realista para alcançá-las “, disse um ex-gerente que trabalhou diretamente com Musk durante seus anos de Tesla.

“É um cultura em que, se você não tem a solução para um problema e esse problema não for resolvido em alguns dias ou uma semana, você já era. Então era melhor manter a boca fechada e fazer seu trabalho”, relata o ex-gerente.

“O pior são as dores de trabalhar em uma empresa tão nova com tantos planos irrealistas”, disse um ex-vendedor que deixou a empresa em 2018. “Realmente às vezes parece uma startup.”

“Há um milhão de coisas que podem dar errado, desde a fabricação até a entrega ao cliente. Isso significa que precisamos de um milhão de pessoas competentes, inteligentes e capazes, certificando-se de que tudo seja feito com perfeição em todas as etapas. E é difícil fazer isso acontecer em uma empresa tão jovem, mas há muitas pessoas realmente motivadas que definitivamente fazem um esforço extra para cumprir as metas”, conclui o ex-funcionário.

“A pior parte era ter um constante sentimento de que a companhia não está nem ai para você, que o funcionário simplesmente não é importante”, relata um ex-funcionário da parte de vendas da companhia que deixou a Tesla em 2019.

O homem ainda conta que a Tesla realizou alguns cortes nas comissões dos vendedores durante os anos, o que desmotivava diretamente os funcionários.

Um ex-supervisor de montagem que deixou a companhia também em 2019 argumentou que ele quase se divorciou porque ele passava muito tempo no trabalho e deixou sua vida pessoal de totalmente de lado. Ele afirma que jornadas de trabalho de 70 horas semanais eram uma coisa usual – o que dá cerca de 14 horas diárias.

“Eu agradeço por ter sido demitido, porque eu trabalhava demais e agora me sinto feliz novamente com meu casamento”, explica.

Outro ex-funcionário que trabalhou por 10 anos na cadeia de montagem dos carros também expressou sentimentos parecidos.

“Eu tinha, na época, dois filhos pequenos e simplesmente estava perdendo o crescimento e o desenvolvimento deles”, conta o ex-funcionário.

 

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