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Bolsonaro disse que não usará as verbas publicitárias para perseguições

O presidente declarou que não é possível atingir todos os brasileiros apenas por meio das redes sociais. (Foto: Divulgação)

“A gente não quer perseguir ninguém. Havendo necessidade de gastar com a mídia tradicional, vai ser gasto. Vamos usar o critério técnico e racional. Não vai ser mais aquela televisão conseguindo 85% da propaganda, e os demais, 15%”, disse o presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele ponderou que não é possível atingir todos os brasileiros apenas por meio das redes sociais.

O presidente disse ser mentirosa uma reportagem do site UOL que relatava aumento dos gastos publicitários no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. O governo afirma que os gastos foram contraídos pelo ex-presidente Michel Temer.

Bolsonaro também fez um aceno à imprensa. Ele defendeu a liberdade de expressão e afirmou querer manter diálogo com jornalistas. “É melhor uma imprensa capengando do que sem ter imprensa. Quero sim conversar com a imprensa”, disse Bolsonaro. “Imprensa brasileira, estamos juntos. Pode ter certeza que esse namoro, esse braço estendido aqui, estará sempre à disposição de vocês.”

O presidente parabenizou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes por ter revogado a ordem de remoção de conteúdo da revista digital Crusoé e do site O Antagonista. Moraes havia determinado que os veículos não poderiam publicar uma reportagem com citação ao presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, identificando-o como “o amigo do amigo do meu pai” na delação premiada do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Imprensa

Os mais de cem dias do governo de Jair Bolsonaro foram de uma nova rotina na cobertura do Poder Executivo pela imprensa. A começar pelo método adotado para divulgar dados relevantes da gestão e as manifestações do próprio presidente. Até então, Brasília estava acostumada a um modelo de anúncio de informações por meio de notas oficiais e declarações do próprio chefe do Executivo em discursos ou entrevistas.

O general Otávio Rêgo Barros assumiu, como porta-voz, a tarefa de transmitir boletins no Palácio do Planalto e de responder a perguntas dos repórteres.  Bolsonaro, no entanto, manteve a sua prática de campanha de se manifestar, diariamente, nas redes sociais. E por motivos variados: para anunciar medidas, demitir e nomear ministros, comentar reportagens (sobretudo as negativas, alvo de críticas por parte dele) e gerar polêmicas, como a do “golden shower”, em que publicou no Twitter um vídeo obsceno no carnaval.

Diante de um comportamento inédito para um presidente, houve uma mudança no modo de cobertura jornalística em Brasília. As contas das redes sociais dele passaram a ser, pela primeira vez na história, fontes de informações, exigindo um monitoramento em tempo real de suas atividades.

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