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Bolsonaro disse que Sérgio Moro pediu “liberdade total” e que não vai interferir no ministério

O presidente eleito Jair Bolsonaro disse ter concordado “100%” com os pedidos feitos pelo juiz federal Sérgio Moro. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (1º) ter concordado “100%” com os pedidos feitos pelo juiz federal Sérgio Moro para assumir o Ministério da Justiça, entre os quais “liberdade total” para combater a corrupção e o crime organizado no País.

Até então responsável pelos processos da Operação Lava-Jato no Paraná, Moro viajou ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira e aceitou o convite de Bolsonaro para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública a partir do ano que vem. Com isso, Moro deixa a Lava-Jato.

“Conversamos por uns 40 minutos e ele [Moro] expôs o que pretende fazer caso seja ministro e eu concordei com 100% do que ele propôs. Ele queria uma liberdade total para combater a corrupção e o crime organizado, e um ministério com poderes para tal”, disse o presidente eleito.

Ao conceder entrevista coletiva na casa dele, no Rio de Janeiro (RJ), Bolsonaro disse que não vai interferir do trabalho do futuro ministro.

Questionado se Moro será o “xerife” do governo, respondeu: “É um ministério importante e, inclusive, ficou bem claro em conversa entre nós que qualquer pessoa que porventura apareça nos noticiários policiais vai ser investigada e não vai sofrer qualquer interferência por parte da minha pessoa”, disse.

Agenda anticorrupção

Moro disse que tomou a decisão para poder implementar uma agenda anticorrupção no País. “Fiz com certo pesar, pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão”, afirmou Moro em nota, assim que deixou a casa do presidente eleito, no Rio de Janeiro.

“Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior”, afirmou o magistrado, que vai liderar o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Pouco depois da nota do magistrado, o presidente eleito usou sua conta no Twitter para fazer o mesmo anúncio e dizer que a agenda de Moro anticorrupção, anticrime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis serão o norte do seu governo.

Fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters, antes do encontro, já haviam confirmado que Moro estava decidido a aceitar o cargo. Em conversas anteriores com emissários de Bolsonaro, as condições do juiz já haviam sido apresentadas e aceitas. A conversa com Bolsonaro serviu para formalizar o convite.

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