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Bolsonaro diz que não teme ser preso e defende o coronel Mauro Cid: “Considero um filho”

Ex-presidente acredita em adiamento do julgamento. (Foto: Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, a quem disse considerar como um filho. Cid foi preso por suspeita de coordenar um esquema de fraudes em certificados de vacinação.

“Quem indicou o Cid foi o comando do Exército da época, mas ele me serviu muito bem. Nunca tive nenhum motivo para desconfiar dele, e não quero acusá-lo de nada. Eu tenho um carinho muito especial por ele. É filho de um general da minha turma, considero um filho “, disse.

O antigo chefe do Executivo também declarou que não existem fundamentos para sua prisão. Bolsonaro afirmou ainda que autoridades “importantes” discutiam prendê-lo antes do término de seu mandato, como uma forma de “prisão light” para, segundo ele, “carimbá-lo com a pecha de ex-presidiário”.

“Para ter algum motivo que justificasse isso, eu precisaria ter feito pelo menos 10% do que ele fez. E eu fiz 0%. Algumas pessoas importantes, não vou dizer os nomes, já diziam antes de acabar o governo que querem me prender. Uma prisão light, apenas para me carimbar com a pecha de ex-presidiário” afirmou Bolsonaro, citando o caso ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, presa e condenada à prisão sob acusação de atos antidemocráticos.

O ex-presidente também afirmou que está sendo perseguido após deixar a Presidência: “O pessoal está vindo para cima de mim com lupa. Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. É um esculacho. Todo o meu entorno é monitorado desde 2021. Quebraram os sigilos do coronel Cid para quê? Para chegar a mim.”

Depoimento de Bolsonaro

Bolsonaro compareceu à sede da Polícia Federal, em Brasília, para prestar depoimento na última terça-feira (16). Ele foi ouvido no inquérito que apura um suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação contra a covid-19, que teria beneficiado a ele próprio além da filha, Laura Bolsonaro.

O ex-presidente disse que nunca determinou e nem soube da inserção de dados falsos no ConecteSUS. Disse ainda que nem teria razão de fazer isso. Bolsonaro foi questionado sobre a questão da falsificação da carteira de vacinação da filha. Na resposta, voltou a dizer ela tinha 12 anos quando viajou aos EUA e, na ocasião, entrou se declarando como não vacinada. Disse ainda que ela tinha laudo médico que lhe permitia não tomar a vacina.

Cid em silêncio

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid ficou em silêncio durante seu depoimento na última quinta-feira (18) na sede da PF, em Brasília. Preso desde o início do mês, após deflagração de operação da PF, o então braço direito de Bolsonaro é investigado no inquérito que apura suspeitas de fraude em certificados de vacinação. Esta foi a segunda oitiva do tenente-coronel – na primeira oportunidade, também ficou em silêncio.

Esposa culpa Cid

Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid, admitiu em depoimento nesta sexta (19) à Polícia Federal que usou certificado de vacinação falso. Gabriela responsabilizou o marido pela inserção dos dados falsos.

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