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Bolsonaro repudia reação de Jefferson contra policiais, mas critica investigação do Supremo

Equipe da campanha à reeleição tenta desvincular Bolsonaro de Jefferson. (Foto Divulgação)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou no início da tarde deste domingo (23), por meio de suas redes sociais, que repudia a “ação armada” do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) contra policiais federais que tentavam prendê-lo, mas criticou o inquérito conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Somente à noite, após Jefferson se entregar para a polícia, Bolsonaro prestou solidariedade aos policiais feridos.

Jefferson atirou contra agentes da Polícia Federal, que tentavam cumprir mandado de prisão ordenado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Moraes revogou a prisão domiciliar de Roberto Jefferson devido a “notórios e públicos descumprimentos” de decisões judiciais, entre elas a proibição de usar redes sociais. Na sexta-feira (20), por exemplo, Jefferson publicou um vídeo em que xingava a ministra do STF, Cármen Lúcia.

Na primeira postagem feita nas redes sociais, às 13h40, Bolsonaro disse que repudia “as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF”, mas afirmou ser contra também a “existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP”.

O presidente informou que determinou a ida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ao Rio de Janeiro para acompanhar o caso.

O presidente participou depois de uma transmissão ao vivo (live) em seu canal no YouTube. Na ocasião, leu o que tinha escrito no seu perfil no Twitter e disse que não tem nem foto com o ex-deputado federal Roberto Jefferson, apesar dos registros feitos no Palácio do Planalto e divulgados na época pelo próprio Jefferson e pelo PTB.

Somente após a Polícia Federal informar ao STF que Jefferson tinha se entregado, Bolsonaro voltou a se manifestar sobre o episódio.

Ele publicou um vídeo, no qual anuncia a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, seu aliado, presta solidariedade aos policiais feridos na operação e afirma que o tratamento dispensado a quem atira em policiais “é o de bandido”.

“Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policiais é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio”, afirmou Bolsonaro no vídeo.

Jefferson se entregou à polícia após passar 8 horas desrespeitando ordem do STF, além de ter atirado em dois policiais federais pela manhã.

A campanha à reeleição tenta desvincular Bolsonaro de Jefferson. O presidente foi orientado a se manifestar rapidamente sobre o assunto. A avaliação é que o episódio pode atrapalhar a busca por votos dos eleitores indecisos na semana da votação do segundo turno.

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