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Bolsonaro é abandonado por aliados à medida que sua prisão se aproxima

Pedidos de visita ao ex-presidente caíram 74%. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom)

Amigos do ex-presidente Jair Bolsonaro têm sido diretos ao descrever seu atual estado. Termos como “abandonado”, “mal cuidado” e “ruim” foram utilizados por pessoas próximas em conversas recentes com a Coluna do Estadão. O sentimento de isolamento, segundo aliados, pode ser confirmado também por números que mostram uma redução expressiva nas visitas recebidas por Bolsonaro em sua prisão domiciliar.

À medida que se aproxima a possibilidade de prisão em regime fechado, após o esgotamento dos recursos referentes à condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente vem sendo gradualmente deixado de lado por antigos aliados políticos e apoiadores. Levantamento da Coluna do Estadão no sistema da Corte indica uma queda de 74% no número de pedidos de visitas desde agosto.

Nos primeiros 30 dias de prisão domiciliar, Bolsonaro recebeu 123 solicitações de visita. Já nos últimos 30 dias, esse número caiu para apenas 32. Em novembro, até o dia 7, apenas 10 pedidos haviam sido registrados. Entre os solicitantes estão alguns familiares, como o irmão Renato Bolsonaro, e um grupo de oração ligado à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem tentado manter o apoio espiritual ao ex-presidente.

Um dos políticos que mais pediram autorização para visitá-lo foi o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que apresentou nove solicitações. No entanto, em outubro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a suspensão dos encontros entre os dois após reabrir uma investigação envolvendo Valdemar por suposta participação na tentativa de golpe de Estado.

De acordo com pessoas próximas, Bolsonaro tem se queixado do isolamento e do distanciamento de aliados que antes lhe eram fiéis. Além das dificuldades políticas, ele também enfrenta problemas de saúde. Segundo relatos, o ex-presidente sofre com crises recorrentes de soluço e tem demonstrado desânimo diante da iminência de ser preso para cumprimento da pena.

Na última sexta-feira (7), o Supremo Tribunal Federal formou maioria para negar o recurso apresentado pela defesa de Bolsonaro e manter a condenação a 27 anos e três meses de prisão por participação na trama golpista.

A prisão definitiva, entretanto, só deverá ocorrer quando o processo alcançar o chamado “trânsito em julgado” — ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso. Caso o STF entenda que os novos pedidos da defesa são apenas “protelatórios”, a execução da pena poderá ser antecipada. (Com informações da Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo)

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