O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a demissão do general Joaquim Silva e Luna da Petrobras em meio à crise dos combustíveis se deu para indicar alguém “mais profissional” para a estatal.
“Um dos motivos principais é alguém mais profissional lá dentro, para poder dar transparência”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao Podcast Irmãos Dias. “A Petrobras não usa seu marketing, ela não fala. O que eu falei aqui, era para a Petrobras estar falando. Agora, fica no meu colo. Tudo cai no meu colo. Eu não apito nada e cai no meu colo. Obviamente, é um ponto de desgaste enorme para mim”, acrescentou, reconhecendo, assim, o impacto do preço dos combustíveis para sua popularidade em ano eleitoral.
Irritado com o megarreajuste dos combustíveis anunciado pela Petrobras para cumprir a lei da paridade internacional no momento em que o barril de petróleo estava em alta no exterior, Bolsonaro decidiu tirar Silva e Luna – que havia sido indicado por ele mesmo – da chefia da empresa no último dia 28.
Para o posto, o governo indicou o economista Adriano Pires, que depois declinou do convite por conflitos de interesse identificados pela própria Petrobras. Agora, a indicação do Executivo é José Mauro Ferreira Coelho. Ele deverá ser chancelado pela Assembleia Geral Ordinária da Petrobras no próximo dia 13.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Silva e Luna disse que “é mais fácil encontrar culpa do que solução” sobre os preços dos combustíveis e desejou “sorte” ao sucessor. “Vamos ver se meu sucessor tem sorte, de ele chegar aqui e acabar a guerra. Que esse conflito de oferta e demanda se equilibre.”
Paridade de preços
Ao longo da entrevista, Bolsonaro também voltou a criticar o ICMS cobrado pelos governadores sobre combustíveis, a atacar a paridade de preços da Petrobras com o mercado internacional e a jogar no colo da corrupção nos governos petistas a incapacidade do Brasil de refinar seu próprio petróleo, o que obriga o País a importar gasolina e diesel do exterior.
Já o general Silva e Luna, também em entrevista, em fala sobre a sua trajetória a frente da Petrobras e o preço dos combustíveis, disse que “é muito mais fácil encontrar um culpado do que uma solução.” Dessa forma, o ex-dirigente deixa claro não aceitar o rótulo imposto pelo presidente Jair Bolsonaro de responsável pela disparada no preço dos combustíveis no Brasil. Indicado pessoalmente pelo presidente para o comando da Petrobras há um ano, o general passou por semanas de “fritura” pública, mas evitou insubordinação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
