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Bolsonaro fala sobre queda de popularidade dizendo: “Se eu acreditasse em pesquisa, não seria presidente”

(Foto: Clauber Cleber Caetano/PR)

Em entrevista exclusiva ao programa “Os Pingos nos Is” da Jovem Pan, na noite de sexta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro comentou a mais recente pesquisa divulgada pelo Ibope que mostrou uma queda em sua popularidade. Segundo o levantamento, o percentual dos que avaliaram o governo como ruim ou péssimo subiu de 27% para 32%, enquanto os que classificaram como ótimo ou bom diminuiu de 35% para 32%.

Se eu acreditasse em pesquisa, não seria presidente”, ironizou Bolsonaro. Ele participou de uma conversa por telefone com a equipe do programa direto de Osaka, no Japão, onde está sendo realizado o encontro do G20.

O presidente comentou ainda as manifestações previstas para o próximo domingo (30) em diversas cidades do País em defesa da Operação Lava Jato e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

A nossa classe política não se acostumou a esse tipo de manifestação fora do período eleitoral. São muito bem-vindas. Vão sair às ruas exigindo ao Parlamento que as medidas sejam votadas. O pacote anticrime, a Previdência, entre outras. Agora, em relação aos vazamentos do Moro… Olha o meu caso. No telefone do Adélio [Bispo de Oliveira], por uma ação da OAB, não pode entrar! Não podemos nem saber quem conversou com ele nos dias que antecederam o dia 6 de setembro, quando tentaram me matar. Que Justiça é essa? Não quero generalizar. Mas quem tenta incriminar o Moro com aquilo – nada demais, a meu ver – poderia fazer a mesma campanha em cima da OAB”, disse, ressaltando que parabeniza os manifestantes por exigirem que o Parlamento “cumpra seu papel”.

Pesquisa

A aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a oscilar negativamente, aponta pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (27). O levantamento foi encomendado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A pesquisa mostra que 32% dos brasileiros avaliam o governo como ótimo ou bom.

O levantamento indica ainda que 32% da população opinou que a gestão é ruim ou péssima. A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 26 de junho. Foram ouvidas 2.000 pessoas em 126 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Em relação ao último levantamento CNI/Ibope, divulgado em abril, o índice de ótimo/bom oscilou negativamente três pontos percentuais, dentro da margem de erro: de 35% para 32%. Já o registro de ruim/péssimo subiu cinco pontos: de 27% para 32%.

Na comparação entre todos os levantamentos mensais – com exceção de maio, em que não houve pesquisa –, a aprovação do governo em junho é a pior do ano.

No que diz respeito à maneira de governar do presidente, o percentual de desaprovação cresceu de 40% para 48%, enquanto a aprovação recuou de 51% para 46%. A confiança em Bolsonaro também diminuiu. O percentual dos que confiam no chefe do Executivo passou de 51% para 46% e o índice dos que não confiam aumentou de 45% para 51%.

Em junho, o governo Bolsonaro passou por momentos conturbados: a divulgação de conversas do ministro da Justiça, Sérgio Moro, com procuradores da Operação Lava-Jato; as mudanças no projeto de reforma da Previdência no Congresso; a derrubada, no Senado, do decreto presidencial das armas, o que levou Bolsonaro a revogar a medida; a prisão de um assessor do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por suposto envolvimento no caso das candidaturas laranjas de Minas Gerais; manifestações contra o governo e o bloqueio de verbas para a educação; e a prisão de um sargento com cocaína em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).

No recorte por políticas setoriais, a área da educação teve um aumento de dez pontos percentuais (de 44% para 54%) quanto à insatisfação dos brasileiros, segundo a pesquisa do Ibope.

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