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Bolsonaro fala sobre Sérgio Moro: “Um soldado que vai à guerra sem medo de morrer”

"Foi um incidente bastante trágico. O que eu vi, porém, é que, de imediato, o Exército começou a apurar esses fatos e tomar as providências", disse o ministro. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta quinta-feira (1º) que ainda há indefinições em relação à formatação do superministério da Justiça. Na versão dele, o novo ministro, o juiz federal Sérgio Moro, pediu sobretudo liberdade para atuar no combate à corrupção e ao crime organizado, mas é necessário, antes de fechar a estrutura da pasta, uma consulta à Constituição para evitar ilegalidades.

Bolsonaro disse ainda que Moro terá muitos mais poder para combater a corrupção no comando da pasta do que estando à frente da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, e elogiou a coragem do juiz de tomar uma decisão difícil. “Eu acho ele realmente um soldado. Ele está indo à guerra sem medo de morrer”, declarou.

Bolsonaro também deixou caminho para aberto para que Moro, caso deseje, torne-se ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) a partir de 2020, ano em que o decano da Corte, Celso de Mello, terá que deixar o posto compulsoriamente – antes desse período, no entanto, outro ministro pode se aposentar, se assim quiser. “Não ficou combinado [de Moro ser nomeado para o STF], mas o coração meu lá na frente, ele tendo um bom sucessor, fica aberto para ele”, disse.

Bolsonaro reconheceu que o trabalho do juiz federal Sérgio Moro na Operação Lava-Jato o ajudou a crescer politicamente.

“Você tem que reconhecer o trabalho dele, muito bem feito. Inclusive em função do combate à corrupção, da operação Lava Jato, as questões do mensalão, entre outros, me ajudou a crescer, politicamente falando”, disse Bolsonaro em sua primeira coletiva a jornalistas como presidente eleito.

Bolsonaro afirmou desconhecer que tenha havido contato de sua equipe com Moro ainda na campanha eleitoral.

“Foi o Paulo Guedes que conversou com ele”, disse, mencionado o futuro comandante do superministério da Economia. “Não, não foi durante a campanha não, pelo que eu sei, foi depois.”

Moro irá comandar um Ministério da Justiça ampliado, agora voltando a cuidar da área de segurança pública e ainda outros órgãos de controle interno do governo. O juiz, responsável pela Operação Lava-Jato em primeira instância em Curitiba, disse que decidiu aceitar o convite para poder implementar uma agenda anticorrupção no País.

Congresso

Bolsonaro afirmou que não trabalhará para fazer os presidentes de Câmara dos Deputados e do Senado mas afirmou que vai apoiar candidatos que tenham o compromisso de ajudar na aprovação de pautas e projetos do governo.

Bolsonaro disse que o governo eleito precisa ter humildade e apoiar nomes de outras legendas, for a do seu partido, o PSL, que elegeu a segunda maior bancada na Câmara, mas tem a perspectiva de se tornar a primeira com transferência de deputados de siglas que não cumpriram a chamada cláusula de barreira.

“Tem que apoiar alguém de outro partido logicamente com o compromisso de liberar a pauta para questões nossas”, disse Bolsonaro. “A gente poderia angariar mais simpatia de parlamentares e para o nosso projeto.”

Bolsonaro insistiu que o compromisso que o futuro presidente da Câmara precisa ter é “não segurar a nossa pauta”.

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