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Bolsonaro foi à praia no Rio de Janeiro para receber uma homenagem de pilotos militares

Esquema de segurança incluiu atiradores posicionados em diversos pontos. (Foto: Agência Brasil)

Na tarde dessa quarta-feira, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) esteve na praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para acompanhar uma performance da Esquadrilha CEU, clube de aviação formado em sua maioria por pilotos que são oficiais da reserva da FAB (Força Aérea Brasileira).

Depois de passar a manhã toda em casa, na avenida Lúcio Costa, ele saiu de carro pouco antes de meio dia, com escolta da PM (Polícia Militar) e da PF (Polícia Federal), e se dirigiu ao Posto 4, que fica a cerca de 250 metros de distância.

Vestindo calça escura e blusa de malha branca sobre um colete à prova de balas, ele acompanhou a apresentação do alto do posto do grupamento marítimo na orla. No céu, o espetáculo foi semelhante aos que costumam ser protagonizados pela célebre Esquadrilha da Fumaça”.

Vários atiradores de elite estavam posicionados nas imediações, a fim de garantir a segurança do político do PSL, cercado por agentes da PF (Polícia Federal) no platô do posto do grupamento marítimo. Além disso, agentes descaracterizados também estavam infiltrados na areia da praia para evitar a aproximação de banhistas. Mesmo assim, dezenas de populares tentaram chegar perto quando ele deixava a área, mas o forte esquema de segurança impediu qualquer contato mais próximo.

Um corneteiro que trabalha na praia chamou a atenção de Bolsonaro e banhistas e curiosos passaram a tirar fotos e fazer vídeos à distância. O presidente eleito acenava e fazia gestos de carinho com as mãos, além de imitar movimentos de vôlei e fut-vôlei, enquanto as pessoas gritavam seu nome e o chamavam de “mito”. Ele ficou no local durante cerca de meia hora.

Em sua conta no Twitter, Bolsonaro postou uma mensagem de agradecimento pela apresentação dos pilotos. “Fico extremamente grato e emocionado!”, escreveu o presidente eleito, que tem a sua base eleitoral no Rio de Janeiro e reside no mesmo bairro.

Sérgio Moro

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato na primeira instância, deve ser reunir nesta quinta-feira de manhã com Bolsonaro no Rio de Janeiro. Convidado para assumir o Ministério da Justiça ou, futuramente, uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), ele ainda não conversou com o presidente eleito.

Há rumores sobre um possível transformação do Ministério da Justiça em uma “superpasta”, agregando Segurança Pública, CGU (Controladoria-Geral da União) e Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), mas o assunto sequer foi comentado pela equipe de Bolsonaro.

Na terça-feira, Moro agradeceu publicamente o convite para integrar o primeiro escalação de governo que assumirá o comando do Executivo em janeiro, afirmando que estava “honrado” pela lembrança e que “refletiria” sobre o assunto. “Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão”, frisou.

Especialistas que acompanham o processo político afirmam que ocupar o Ministério da Justiça representa uma espécie de rito de passagem para, futuramente, ser nomeado para o Supremo. Nos quatro anos de mandato, o próximo presidente da Repúbloica poderá fazer duas indicações para a Corte. A primeira oportunidade será em novembro de 2020, quando o ministro Celso de Mello, decano do STF, completa 75 anos e será aposentado compulsoriamente. No ano seguinte, será a vez do ministro Marco Aurélio deixar.

Moro, de 46 anos, procura ser discreto nas atitudes, mas ganhou notoriedade ao comandar, há quatro anos, o julgamento em primeiro instância do processos relativos à Operação Lava-Jato, nos quais foram envolvidos nomes como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu, empresários e parlamentares.

O escândalo relativo aos desdobramentos da Lava Jato é considerado um dos mais complexos casos de corrupção e lavagem de dinheiro no País. No ano passado, Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão. Foi a primeira condenação de um ex-presidente da República. A decisão foi ampliada em segunda instância, e o ex-presidente agora cumpre pena em Curitiba (PR) desde abril.

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