O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou, nessa sexta-feira (20), a agenda oficial que cumpriria no Estado de Goiás após passar mal durante um evento em Goiânia, capital do Estado. A informação foi confirmada por meio de comunicado publicado nas redes sociais do prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), município onde Bolsonaro tinha participação prevista em compromissos públicos.
No comunicado, o prefeito informou que o ex-presidente foi levado de volta a Brasília, sem fornecer detalhes adicionais sobre seu estado de saúde. “Informamos que, por motivos de saúde, o ex-presidente Jair Bolsonaro não poderá comparecer à agenda prevista em Anápolis nesta sexta-feira. Bolsonaro retornou a Brasília, onde seguirá os cuidados necessários”, diz a nota. Interlocutores do ex-presidente afirmaram que ele está bem e que, após o retorno, seguiu para sua residência na capital federal.
Na quinta-feira (19), Bolsonaro já havia demonstrado sinais de mal-estar ao participar de uma solenidade na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia. Durante um discurso de agradecimento por uma homenagem recebida, ele interrompeu a fala após um arroto e relatou desconforto estomacal: “Desculpe aqui porque eu estou muito mal. Eu vomito 10 vezes por dia, talvez. Talvez a décima primeira daqui a pouco aí”, afirmou na ocasião.
Ainda na quinta, antes do evento em Aparecida de Goiânia, Bolsonaro participou de uma reunião de caráter reservado com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), no Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, em Goiânia. O encontro ocorreu em meio às articulações políticas relacionadas às eleições presidenciais de 2026. Caiado já anunciou publicamente sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto e é apontado como um dos nomes cotados dentro do campo da direita, ao lado de outros governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná.
O ex-presidente tem enfrentado problemas recorrentes de saúde relacionados às sequelas do atentado a faca que sofreu em 2018, durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG). Em abril de 2024, Bolsonaro passou por sua sexta cirurgia desde o episódio. O procedimento, realizado em um hospital de Brasília, teve duração de cerca de 12 horas e teve como objetivo tratar obstruções intestinais e realizar a reconstrução da parede abdominal.
Na época, Bolsonaro permaneceu internado por 21 dias, incluindo um período prolongado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As lesões causadas pelo atentado incluíram perfurações no intestino delgado, levando à perda de grande volume sanguíneo e necessidade de múltiplas intervenções emergenciais. Desde então, ele tem enfrentado complicações intestinais recorrentes, com episódios de internações e restrições médicas ao longo dos anos. (Com informações do Estado de S. Paulo)