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Bolsonaro promete o fim do “coitadismo” de nordestinos, gays, negros e mulheres

Segundo o presidenciável, as políticas afirmativas reforçam o preconceito. (Foto: Reprodução/Facebook)

Ao mirar eleitores do Nordeste na reta final da campanha, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou, em entrevista a uma emissora de TV no Piauí, que irá acabar com a política do “coitadismo” de nordestinos, gays, negros e mulheres.

Segundo ele, as políticas afirmativas reforçam o preconceito. “Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”, disse.

Na entrevista, o candidato afirmou que não perseguirá os governadores do PT e da oposição. “Não podemos prejudicar o povo do Piauí [se referindo ao governador reeleito Wellington Dias, do PT], qualquer Estado que seja, porque tem um governador que não se alinhe ideologicamente conosco. Vamos tratar todos os Estados de forma republicana.”

Sobre o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o candidato disse que vai tratá-lo como ação de terrorismo. “Ações do MST serão tipificadas como terrorismo. Esse pessoal não pode continuar levando terror ao campo”, declarou.

Ele voltou a falar sobre a polêmica do WhatsApp e criticou o jornal  Folha de S.Paulo. “Primeiro, a matéria surgiu na Folha de S.Paulo, em um jornal de sempre, em um jornal que não tem qualquer compromisso com a verdade”, disse. A reportagem em questão foi publicada na quinta-feira (18) e mostra o pagamento a agências de mídia, por empresários simpáticos a Bolsonaro, para disparar mensagens antipetistas a grandes bases de eleitores no WhatsApp. A legislação eleitoral proíbe a doação por empresas às campanhas, e os valores não foram declarados.

Bolsonaro diz que a reportagem é “plantada” e que foi usada de argumento para ações no Supremo para o PT e PDT. Ele negou envolvimento com o caso. “Não tenho qualquer contato com empresário, nunca pedi para ninguém fazer isso. Afinal de contas, nós dominamos as mídias sociais desde antes de começar a eleição. Não temos 7 milhões de seguidores de agora. No meu Facebook, nunca impulsionamos nada, nunca pagamos dez centavos. É o desespero por parte deles.”

Equipe

O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse na terça-feira (23) que, se for eleito presidente no domingo (28), Bolsonaro vai anunciar uma equipe de transição composta por 52 pessoas e seguirá para Brasília em algum dia da próxima semana. “O dia exato ainda não está definido”, afirmou.

Segundo Bebianno, não existe acordo entre o candidato do partido à Presidência e o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para adiantar a votação de projetos defendidos por Bolsonaro ou apoiar a reeleição de Maia à presidência da Casa.

“Zero conversa. Acredito que o presidente da Câmara não esteja preocupado com aquilo que seja do interesse do candidato Jair Bolsonaro, e sim com o que seja do interesse do Brasil. Vamos esperar o resultado da eleição”, afirmou Bebianno, antes de acompanhar o candidato do PSL na gravação dos últimos programas para o horário eleitoral, no Rio.

Maia se encontrou na terça-feira com representantes da “bancada da bala” no Rio. Segundo o líder da Frente Parlamentar da Segurança Pública, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), ele prometeu levar ainda este ano à votação na Casa a modificação do Estatuto do Desarmamento. Maia não deu entrevista após o encontro. Horas depois, os parlamentares visitaram Bolsonaro, defensor da proposta.

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