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Bolsonaro quer anular a nomeação do ex-ministro Carlos Marun para o conselho de Itaipu

Bolsonaro manifestou sua contrariedade a interlocutores, já que a nomeação de Marun contraria a intenção de nomear técnicos também para cargos do segundo escalão. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A nomeação do ex-ministro Carlos Marun (MDB-MS) ao conselho da Itaipu Binacional pode ser revertida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que não teria gostado da decisão tomada pelo antecessor, Michel Temer (MDB), no apagar das luzes.

Segundo informação publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, Bolsonaro manifestou sua contrariedade a interlocutores, já que a nomeação de Marun contraria a intenção de nomear técnicos também para cargos do segundo escalão. Se nomeação for mantida, o ex-ministro de Temer deve receber salário de R$ 27 mil para participar de reuniões bimestrais até 2020. O conselho tem seis representantes brasileiros e seis indicados pelo governo do Paraguai.

Ainda conforme a publicação, Marun foi avisado que sua nomeação pode ser anulada. Em vídeo divulgado no último dia do ano, o ex-ministro disse que a função teria papel importante em Mato Grosso do Sul, já que a empresa vai financiar ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta (Paraguai), fundamental para tirar do papel a rota bioceânica.

Da “tropa de choque” de Temer, ele foi nomeado ministro chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, pasta responsável pela articulação política, em 15 de dezembro de 2017. Para assumir, se licenciou do cargo de deputado federal.

No dia 28 de dezembro, Marun renunciou ao mandato de deputado federal, a qual teria direito até fevereiro de 2019 e também às funções nos diretórios do MDB, tanto estadual quanto nacional.

Temer

Antes de encerrar o mandato de presidente da República, Michel Temer (MDB) nomeou Carlos Marun (MDB) para a função de conselheiro de Itaipu Binacional. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira (31).

Defensor do então deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) durante seu primeiro mandato na Câmara, Marun se tornou um dos principais aliados de Temer no Congresso, ganhando o apelido de cão de guarda do presidente.

No fim de 2017, foi nomeado para comandar a articulação política do Palácio do Planalto, à frente da Secretaria de Governo. Sua principal missão seria a de negociar a aprovação da reforma da Previdência. A tentativa, porém, não teve sucesso.

O mandato no conselho de administração de Itaipu terá validade até 16 de maio de 2020. Ele substituirá o advogado Frederico de Oliveira, servidor da Casa Civil. A Lei das Estatais, sancionada por Temer em junho de 2016 para impedir ingerência política em empresas públicas, impede a indicação de ministros de estado a cargos de gestão nessas empresas.

Marun é engenheiro civil e advogado. Além de deputado federal, já foi deputado estadual e vereador. Nos últimos meses, ele vinha dizendo que deixaria a vida pública após o encerramento do mandato de Temer e passaria a atuar como advogado.

 

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