Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da França, Emmanuel Macron, tiveram um encontro de 20 minutos em Osaka, no Japão, durante a reunião do G-20, nesta sexta-feira (28). Bolsonaro sinalizou a Macron que o Brasil vai continuar no acordo climático de Paris e disse esperar o apoio da França no acordo de livre comércio da União Europeia com o Mercosul.
A posição do presidente brasileiro reforça o compromisso sobre o tema firmado pelo Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Continuamos comprometidos com a plena implementação do Acordo de Paris, adotado sob os princípios da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a mudança climática, inclusive os princípios das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, e respectivas capacidades, à luz de diferentes circunstâncias nacionais”, disse Bolsonaro.
Na quinta-feira (27), Macron havia dito que não assinaria nenhum acordo comercial com o Brasil se Bolsonaro se retirasse do acordo climático de Paris, ameaçando colocar um entrave nas negociações comerciais entre a União Europeia e o Mercosul.
Assinado em dezembro de 2015, o Acordo de Paris criou metas para que os países consigam manter o aquecimento global abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC. O tratado mundial prevê a redução da emissão de gases que aumentam a temperatura do planeta. Os países ricos devem garantir um financiamento de US$ 100 bilhões por ano, e os compromissos deverão ser revistos a cada cinco anos. Ou seja, em 2020 haverá uma nova reunião internacional para calibrar as metas e garantir a preservação do planeta.
Durante a campanha eleitoral, no ano passado, Bolsonaro disse que poderia retirar o Brasil do Acordo de Paris. Em dezembro, já eleito presidente, afirmou que só iria sair se o acordo não fosse alterado.
No início deste ano, em encontro com executivos no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o presidente disse que, por ora, o Brasil não deixaria o acordo.
Na reunião desta sexta com Macron, Bolsonaro também discutiu temas como as relações na fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa e a aproximação na área da defesa. O presidente brasileiro convidou o francês para visitar a Amazônia.
Bolsonaro também participou nesta sexta de uma reunião do Brics. Após o encontro, o grupo divulgou uma nota dizendo que os países do grupo seguirão cumprindo o Acordo de Paris.