Os líderes globais devem intensificar a luta contra a mudança climática, alertou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, na última sexta-feira (29), dizendo que a civilização mundial pode entrar em colapso tão rapidamente quanto o antigo Império Romano.
Falando poucas horas antes de os líderes do grupo das 20 maiores economias (G20) iniciarem uma reunião de dois dias na Itália, Johnson disse que as gerações futuras estão sob risco de fome, conflitos e migração em massa se não houver progresso no combate às mudanças climáticas.
“Não há absolutamente nenhuma dúvida de que esta é uma realidade que devemos enfrentar”, disse ele a repórteres enquanto voava para Roma para a cúpula do G20, alertando que as condições de vida podem se deteriorar rapidamente sem uma mudança coletiva de curso.
“Vimos isso com o declínio e queda do Império Romano e temo dizer que isso possa ser verdade também hoje.”
O bloco do G20, que inclui Brasil, China, Índia, Alemanha e Estados Unidos, responde por mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 60% de sua população e cerca de 80% das emissões de carbono.
Imposto global
Os líderes das 20 maiores economias do mundo aprovaram no sábado (30) a criação de um imposto global único de 15% para as grandes empresas. A medida pretende reformular as regras internacionais de tributação, com o desestímulo à evasão de recursos para paraísos fiscais. O acordo foi formalizado neste domingo (31) no comunicado final da reunião do G20, que ocorreu em Roma neste fim de semana.
A taxação de 15% havia sido aprovada pelos ministros de Finanças do G20 em julho, após 136 países, entre os quais o Brasil, assinarem um acordo mediado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A formalização do documento pelas 20 maiores economias do planeta era esperada na reunião de cúpula na capital italiana.
Pelo acordo, a partir de 2023, todos os países tributarão os lucros internacionais das empresas em pelo menos 15%. Os países que continuarem a aplicar impostos mais baixos serão retaliados. Segundo a OCDE, cerca de US$ 150 bilhões devem ser arrecadados por ano em todo o planeta de empresas que promovem a evasão fiscal e deixam de investir e gerar empregos.
Atualmente, multinacionais que apuram grandes lucros em áreas como licenciamento de marcas e propriedade intelectual transferem os recursos para subsidiárias em paraísos fiscais, onde pagam pouco ou nenhum imposto. Cada país terá de ratificar individualmente o novo acordo.
Originalmente, o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, defendia a fixação de uma alíquota global de 21%. Após a resistência de alguns países industrializados que cobram impostos em torno de 10%, os países concordaram em instituir o imposto global em 15%.
Apesar de não conseguir adotar a alíquota planejada, Biden comemorou a medida. “Aqui no G20, os líderes que representam 80% do PIB [Produto Interno Bruto] do planeta – aliados e concorrentes do mesmo lado – tornaram claro o apoio para um imposto mínimo global forte”, postou o presidente norte-americano na rede social Twitter.
O primeiro-ministro italiano Mario Draghi, que ocupa a presidência rotativa do G20, classificou a medida como um acordo histórico para um sistema tributário mais justo e equitativo. As informações são da CNN e da Agência Brasil.