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Boris Johnson decide não disputar cargo de primeiro-ministro do Reino Unido

"Você não pode governar efetivamente a não ser que você tenha um partido unido no Parlamento", afirmou o ex-premiê. (Foto: Divulgação)

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson anunciou neste domingo (23) que não vai disputar a liderança do Partido Conservador, que o levaria de volta ao cargo de premiê após a saída de sua sucessora, Liz Truss. Segundo Johnson, apesar de ter o apoio necessário para a disputa, ele concluiu que “essa simplesmente não seria a coisa certa a se fazer”, já que “você não pode governar efetivamente a não ser que você tenha um partido unido no Parlamento”. O ex-premiê interrompeu suas férias no Caribe e retornou a Londres no sábado (22) em meio à disputa.

Isso deixa o caminho livre para Rishi Sunak, favorito para suceder Liz Truss como chefe de governo, salvo imprevistos. Sunak foi ministro de Finanças durante o período de Boris Johnson à frente do país.

“Farsa”

Após a renúncia de Liz Truss na quinta-feira (20), começou uma corrida em busca de apoios para concorrer ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido. Pelas regras da próxima eleição interna, para ser candidato é preciso ser indicado por pelo menos 100 deputados do Partido Conservador, que tem a maioria na câmara britânica.

De acordo com a BBC, o ex-premiê afirmou que tinha o apoio de 102 deputados do Partido Conservador para entrar na disputa. A emissora também apurou neste domingo que Rishi Sunak já possuía o endosso de 146 membros do partido, isso ainda antes do anúncio da saída de Johnson.

O Partido Conservador tem pressa por um novo primeiro-ministro, que precisa liderar o país mergulhado na mais alta inflação dos últimos 40 anos. Os Liberais Democratas, que fazem oposição ao Partido Conservador, afirmaram após o anúncio que a disputa pela liderança dos Conservadores se tornou “uma farsa total”.

“É uma descida humilhante para Boris Johnson e todos os membros do Parlamento conservadores que queriam levá-lo de volta ao Número 10″, disse a líder dos Liberais Democratas Daisy Cooper, em referência ao endereço oficial do primeiro-ministro na rua Downing, em Londres.

Processo de eleição interna

Para escolher quem irá substituir Liz Truss será feita uma votação interna pela liderança entre os membros do Partido Conservador. Por serem a maioria do Parlamento britânico, são eles que definem quem será o primeiro-ministro.

Diferente do processo para substituir Boris Johnson, que durou em torno de três meses, o novo líder do governo britânico será definido bem mais rapidamente, sendo anunciado até o dia 28 de outubro.

As regras:

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