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Brasil avança na agenda ambiental, mas tem de fazer mais e mais rápido, diz John Kerry, diplomata climático dos Estados Unidos

Representante dos Estados Unidos em Davos diz que os americanos querem trabalhar mais próximo do País nos temas da economia verde. (Foto: Reprodução/X)

O enviado especial do governo dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, reconheceu avanços importantes do Brasil na agenda ambiental, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. No entanto, alertou para a necessidade de o País fazer mais e de maneira mais veloz.

“O Brasil fez coisas muito importantes, diminuiu o desmatamento e teve algum progresso, mas ainda há muito o que fazer e mais rápido”, disse Kerry, a jornalistas brasileiros, durante o Fórum de Davos.

De acordo com ele, os Estados Unidos querem trabalhar muito próximos ao Brasil. Como exemplo, citou a comitiva empresarial americana que visitou o País para avançar na agenda verde e ambiental. “Acho que essa é uma conversa muito, muito importante”, afirmou.

Kerry não respondeu, contudo, a questionamentos sobre maior apoio financeiro dos EUA ao Brasil na agenda ambiental. Os americanos se comprometeram a destinar US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia no ano passado e já começaram a destinar parte dos recursos.

Recentemente, porém, planos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de usar uma quantia de dinheiro do Fundo para pavimentar a BR-319, rodovia que liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia, gerou desconforto junto aos doadores. Os EUA e a Alemanha sinalizaram indisposição com a ação, que vai contra as regras do Fundo, criado para apoiar a floresta.

Cargo

John Kerry planeja renunciar ao cargo nos próximos meses. A saída se dará porque o diplomata deve auxiliar a campanha de reeleição do presidente norte-americano, Joe Biden.

Segundo informações do Axios publicadas no sábado (13), Kerry, de 80 anos, acredita que a reeleição de Biden é a “maior” diferença que pode ser feita em 2024 para o progresso climático no país e no mundo.

O enviado teria se encontrado com Biden na no dia 10 para informar sua saída. Ele assumiu a função de enviado especial para o Clima em novembro de 2020.

Antes, atuou como secretário de Estado dos EUA (2013-2017) e senador de Massachusetts pelo Partido Democrata (1985-2013). Também foi candidato à Presidência dos EUA em 2004, mas perdeu as eleições para o republicano George Bush.

Como enviado especial, Kerry buscou restabelecer a credibilidade dos EUA em questões relacionadas ao clima depois que o governo do ex-presidente Donald Trump saiu do Acordo de Paris. O país retornou ao pacto em janeiro de 2021.

Ele também teve papel de destaque na retomada das conversas entre os EUA e a China sobre o aquecimento global. Também foi uma personalidade importante para o acordo alcançado na COP28, no qual os países concordaram em reduzir gradativamente o consumo de combustíveis fósseis.

Kerry se encontrou ainda com autoridades do Brasil. Conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novembro de 2022. Em viagem ao Brasil em dezembro de 2023, teve reuniões com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Kerry também se encontrou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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