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Brasil deve perder 1 milhão de vagas de emprego neste ano

"Não é um atraso no repasse do ministério, e sim na entrega de documentação pela empresa", garante o Ministério do Trabalho (Foto: Sérgio Castro/AE)

Com 345 mil postos formais de trabalho extintos nos seis primeiros meses deste ano, a economia brasileira deve registrar aceleração no fechamento de vagas de emprego no segundo semestre. Segundo estudo do Cofecon (Conselho Federal de Economia), o País deve encerrar o ano com 1 milhão de postos com carteira assinada extintos.

Com base no estudo, a entidade recomenda ações de longo prazo para reativar o mercado de trabalho. Para o Conselho, os sucessivos reajustes da Selic (taxa básica de juros da economia) estão provocando impacto direto sobre a geração de empregos nos últimos anos. Nos últimos 12 meses, o efeito intensificou-se, resultando na extinção de postos de trabalho.

De acordo com o levantamento, o início do ciclo de elevação dos juros, em abril de 2013, coincidiu com a redução da geração de empregos, conforme as estatísticas do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgadas pelo Ministério do Trabalho. Naquela época, a Selic estava em 7,25% ao ano, o menor nível da história, e passou a ser reajustada com alguns intervalos de estabilidade desde então.

A partir do segundo semestre do ano passado, a situação agravou-se. Na época, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central segurou a taxa básica, deixando para aumentar a Selic somente após o segundo turno das eleições presidenciais. De lá para cá, foram sete aumentos consecutivos, que elevaram a Selic para 14,25% ao ano, o maior nível desde outubro de 2006.

No segundo semestre do ano passado, o Brasil fechou 176 mil postos de trabalho com carteira assinada. Nos seis primeiros meses deste ano, o fechamento aumentou para 345 mil vagas. Para o Cofecon, a alta na extinção de vagas de emprego indica que o reajuste da taxa Selic foi maior do que o ideal, passando a sufocar a economia.

“Os ajustes de curto prazo da política econômica têm tido reflexo direto nas condições de vida de grande parte da população, concomitante à ausência de um projeto que contemple políticas capazes de pavimentar uma trajetória sustentada de crescimento”, destacou o Conselho em nota. (ABr)

 

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