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Bruno Gagliasso planeja novo projeto e se prepara para gravar na Espanha

Bruno Gagliasso e Raúl Arévalo vão estrelar “Santo”, série internacional da Netflix. (Foto: Netflix/Divulgação)

“É a volta que eu sempre desejei”, resume Bruno Gagliasso, por telefone, sobre seu retorno às telas em sua primeira parceria com a Netflix. Depois de mais de um ano de mistério, Santo, primeira produção original espanhola do streaming, em colaboração com a Nostromo Pictures, passa a ser gravada no próximo mês e tem previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2022.

A primeira temporada da história tem seis episódios de 45 a 50 minutos. Criada pelo mexicano Carlos López, com direção do espanhol Gonzalo López-Gallego e do brasileiro Vicente Amorim, a série traz a história de Santo, um traficante misterioso, nunca visto por ninguém.

Categorizado como thriller policial, o roteiro de Miguel Ángel Fernández e Gustavo Lipsztein flerta com o terror. Conta, em três etapas simultâneas, sobre a investigação de dois policiais. No Brasil, o policial federal da unidade antidrogas, Ernesto Cardona, interpretado por Bruno Gagliasso, e na Espanha, Miguel Millán, representado pelo ator espanhol Raúl Arévalo.

Em uma operação, Cardona prende Bárbara Ochoa, amante do chefão que revela a loucura que cerca a vida do traficante, aproximando os dois policiais. A busca, porém, vira algo pessoal, uma vez que, como vingança por ter aprisionado Bárbara, Santo mata a namorada de Cardona, trazendo romance e drama para a produção.

Por causa da pandemia, toda a produção, até o momento, foi feita via internet, com leituras online entre os atores, diretores e roteiristas.  Gagliasso conta que, por ter morado na Argentina durante um ano, o idioma não chega a ser um problema. “Além disso, eu vou morar cinco meses na Espanha, então com certeza o espanhol vai vir, né? Você ouvindo, praticando, ainda mais eu que vou ser o único brasileiro lá, o espanhol vai acender”, diz o ator. No fim de abril, ele embarca para Madri e dá início às gravações.

Seu maior cuidado, no entanto, é realmente entender o personagem. “A minha preocupação é contar essa história de maneira crível, verdadeira, e ser, realmente, o Cardona”, explica – mesmo sendo tão diferente dele.

Esta, aliás, será a segunda vez que ele interpreta um policial – antes, fez o delegado Lúcio em Marighella, filme de Wagner Moura que, depois de muitas polêmicas, tem previsão de estreia para novembro.

Foco na atuação e como produtor

O segredo para garantir a veracidade durante a criação de um personagem, acredita Bruno Gagliasso, é buscar algum tipo de identificação com o papel. Para ele, essa conexão deve vir de dentro – não pode ser algo externo. “Eu tenho muito essa característica, como ator, com os meus personagens e, com o Cardona, não foi diferente.” Dentre as qualidades compartilhadas com seu papel de estreia na Netflix, Bruno menciona a determinação. “Acho que Cardona tem sangue nos olhos e vai atrás do que quer. Não desiste, é focado.”

Era dezembro de 2019 quando a Netflix e o próprio ator soltaram um vídeo, no Instagram, no qual Bruno fingia fazer uma audição para a série La Casa de Papel com Pedro Alonso, o Berlim da série. Na época, eles já sabiam que a estreia de Bruno no streaming seria uma produção internacional, a qual encerraria um ciclo de 18 anos de contrato contínuo com a Globo. “Foi uma ação diferente de comunicar minha entrada e ficou divertidíssima”, opina.

Para segurar a ansiedade durante esse tempo, Bruno participou de toda a construção da trama. “A Netflix me deixa muito à vontade para participar desse processo como um todo. A criação coletiva foi um dos motivos para eu ir pra lá. Nós atores somos criadores também e eles entenderam isso. A maior demonstração foi eu ter sido contratado como produtor executivo”, diz ele, animado pela confiança e pela possibilidade de trocas, muitas feitas online, pelo time. “Isso é o que todo ator quer, principalmente quando é um ator participativo, um ator que gosta de criar como eu.”

O roteiro segue a linha dos grandes sucessos do streaming que tem o narcotráfico como tema principal (El Chapo, Narcos, Fariña). Porém, diferentemente dessas, que são baseadas em casos reais, Santo se baseia numa história ficcional com passagens em Salvador, na Bahia e em Madri, na Espanha. “Essas culturas se entrelaçam na série, sempre de uma maneira que não é óbvia. Aliás, nada é óbvio nessa série, tudo pode acontecer e tudo acontece, de fato”, afirma.

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