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“Buracos de minhoca” em Plutão deixam cientistas intrigados

Superfície de Plutão impressiona por si só. (Crédito: Reprodução)

Aos poucos as imagens feitas pela Nasa (agência espacial americana) em Plutão vão chegando às mãos de toda a sociedade. E, como acontece com as fotos de Marte, despertam curiosidade gigante de quem as analisa mais profundamente.

Diferente do que acontece com Marte, porém, no caso de Plutão a superfície do planeta impressiona por si só, sem a necessidade do aparecimento de “seres extraterrestres”. Assim sendo, um novo flagra feito no planeta mais distante do Sistema Solar tem chamado atenção.

Trata-se de uma foto da superfície de Plutão que mostra o solo local completamente esburacado. As cavidades, que lembram buracos de minhoca, têm chamado a atenção de especialistas, que ainda não conseguem explicar o que seriam as marcas, localizadas na área chamada de Sputnik Platum.

De acordo com os especialistas, apesar de ser impossível precisar com 100% de certeza o que seriam os buracos, é possível imaginar o que os causou. E, para os cientistas, a causa é a presença de um tipo de gelo extremamente volátil no solo local, combinado com nitrogênio sólido.

“A presença desse tipo de buraco e a forma como eles aparecem expostos é um indício muito forte de que há um fluxo no gelo que encontramos no local, mostrando uma diferença sutil entre a superfície e a atmosfera do planeta. Agora nosso time trabalha para entender o processo físico que está envolvido nesse caso”, explica Johns Hopkins, um dos participantes do projeto New Horizons.

Outra descoberta importante feita pelo projeto da Nasa diz respeito a duas das cinco luas que rondam Plutão. Trata-se da presença de água na superfície dos satélites Nix e Hydra. A sonda New Horizons, em seu caminho até o planeta, fez diversas fotos para análise dos satélites de Plutão.

Escamas.

Outras imagens mostram que a região perto da linha de luz que separa o dia da noite possui uma série de cordilheiras montanhosas que se assemelham a escamas de répteis.

“É uma paisagem única e estonteante que se estende por centenas de milhas”, afirmou, em comunicado à imprensa, o geólogo William McKinnon, da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, um dos cientistas que lideram a análise de dados transmitidos.

“Isso se parece mais com casca de árvore ou escamas de dragão do que com geologia. Vai levar tempo para entendermos isso; talvez seja fruto de movimentação tectônica interna com sublimação de gelo promovida pelo sol fraco em Plutão”, sugeriu.

A New Horizons fez um voo rasante sobre planeta-anão em julho, quando produziu centenas de imagens. Como a taxa de transmissão de dados a bilhões de quilômetros de distância é lenta, as imagens ainda estão chegando aos poucos.

Foto da superfície de Plutão mostra o solo local esburacado. (Crédito: Reprodução)

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