Pessoas que vivem em comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas da Amazônia começam a ser beneficiadas por um projeto inovador que prevê a instalação de cabos de fibra óptica no leito dos rios para levar internet de alta velocidade a regiões isoladas, sem a necessidade de abrir estradas ou realizar cortes de árvores. A proposta busca equilibrar conectividade e preservação ambiental, priorizando soluções tecnológicas de baixo impacto ecológico.
A expectativa é atender cerca de 10 milhões de pessoas em mais de 70 municípios e concluir a instalação até o próximo ano. Com essa infraestrutura, espera-se que populações historicamente afastadas dos grandes centros urbanos passem a ter acesso a serviços essenciais que dependem de conexão estável, como educação a distância e telemedicina.
O projeto será apresentado na Casa Brasil durante a COP30, em Belém, e contempla a implantação de aproximadamente 12 mil quilômetros de cabos subfluviais interligando seis estados — Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima — com investimento estimado em R$ 1,6 bilhão. A iniciativa integra o Programa Norte Conectado, coordenado pelo Ministério das Comunicações (MCom) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e executado pela Entidade Administradora da Faixa (EAF).
Conectividade e impacto social
A rede permitirá acesso contínuo e estável, ampliando oportunidades de capacitação profissional, educação e desenvolvimento econômico em áreas onde a conectividade ainda é limitada. Escolas públicas, hospitais, prefeituras (com oferta de wi-fi em praças), instituições judiciárias e postos de saúde estão entre as estruturas que serão beneficiadas. O objetivo é reduzir as desigualdades digitais e promover inclusão social e tecnológica na Amazônia Legal.
“O Norte Conectado reforça o compromisso da EAF em executar políticas públicas elaboradas pelo Ministério das Comunicações e coordenadas pela Anatel, além de promover a inclusão digital aliada à preservação da Amazônia e estar alinhado às diretrizes de justiça climática e desenvolvimento regional sustentável, temas centrais da COP30”, afirma Leandro Guerra, CEO da EAF. “Com esse projeto, vamos desenvolver a conectividade de milhões de pessoas e impulsionar o desenvolvimento da região com respeito à floresta”, completa.
Destaque
Durante a conferência, a Casa Brasil sediará três painéis dedicados à conectividade na Amazônia. Os debates abordarão desde a implantação da infraestrutura óptica até o papel do 5G e das políticas públicas na ampliação da inclusão digital. Estarão presentes representantes do MCom, da Anatel, de operadoras de telecomunicações, instituições de pesquisa e especialistas em inovação e sustentabilidade.
O Norte Conectado é composto por dez rotas interligadas que formarão um grande anel óptico na Amazônia. A EAF é responsável pelas infovias 02, 03, 04, 06, 07 e 08, além da revitalização do Programa Amazônia Conectada, que será incorporado ao sistema principal.
