A ex-deputada gaúcha e ex-candidata do PSOL à Presidência da República Luciana Genro foi interpelada extrajudicialmente pela Câmara dos Deputados a explicar sua afirmação no Twitter insinuando que “grandes traficantes” estão no Congresso, durante o julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a descriminalização do porte de drogas para consumo próprio.
“A guerra às drogas atinge os pequenos traficantes. Os grandes não estão nas favelas, mas estão, inclusive, no Congresso”, escreveu Luciana no dia 19 de agosto em seu perfil na rede social.
“A acusação feita pela interpelada ocorre sem apresentação de quaisquer provas. Sobretudo, o material extrapola o bom senso crítico, pois induz ao raciocínio de que o Parlamento é povoado por indivíduos desprovidos de integridade”, afirma o documento assinado pelo procurador parlamentar da Casa Renato Feltrin. A Câmara deu cinco dias para Luciana explicar por que fez as declarações e para que apresente por escrito as provas de suas afirmações.
Para a ex-deputada, a iniciativa já era esperada e ocorre a pedido do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já se manifestou em plenário afirmando que tomaria providências sobre o episódio após o pedido feito a ele pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP).
“Não me intimida esse tipo de atitude, vou continuar dizendo as coisas que considero necessárias de serem ditas e tenho total tranquilidade de que o que eu disse está evidenciado no episódio do [senador do PDT-MG] Zezé Perrella, então não tenho nada a temer”, afirmou, em referência ao caso do helicóptero da empresa da família Perrella apreendido com 445 quilos de cocaína em uma operação da Polícia Federal, em 2013. A parlamentar ainda disse que vai anexar uma matéria sobre o episódio da aeronave em sua resposta à interpelação. (AE)