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Câmara dos Deputados rejeita mudar o atual sistema eleitoral para o “distritão”

Após meses de negociações, o texto foi colocado em votação no plenário da Casa. (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

A Câmara dos Deputados rejeitou, na noite de terça-feira (19), a proposta que transformava o atual sistema eleitoral no “distritão” em 2018 e no “distrital misto” em 2022. A mudança valeria para a escolha de deputados e vereadores.

Pelas regras atuais, deputados federais e estaduais e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta. A eleição passa por um cálculo que leva em conta os votos válidos no candidato e no partido. Esse cálculo chama-se de quociente eleitoral. O modelo permite que os partidos se juntem em coligações.

Pelo cálculo do quociente, é definido o número de vagas que cada coligação terá a direito, elegendo-se, portanto, os mais votados das coligações. Pelo “distritão”, cada cidade ou estado passaria a ser considerado um distrito e seriam eleitos os candidatos a vereador e a deputado que recebessem mais votos.

Após meses de negociações, o texto foi colocado em votação no plenário na terça mesmo sem consenso entre as legendas. Na semana passada, a proposta chegou a ser discutida, mas a sessão foi encerrada durante a madrugada por falta de quórum.

Os líderes partidários da Câmara decidiram nesta terça colocar o texto em votação novamente, mesmo sem consenso, com o objetivo de encerrar as discussões sobre o tema fosse com a aprovação ou rejeição da proposta.

A proposta teve o apoio de PMDB, PP, PTdoB, PSDB, PSD, DEM, PODE e SD. Partidos como PT, PR, PSB, PRB, PDT, PTB, PROS, PSL, PCdoB, PPS, PHS, PV, PSOL e PEN orientaram as bancadas a votar contra o texto. Foram 205 votos a favor e 238 contra. Por se tratar de uma emenda à Constituição, era preciso o apoio de pelo menos 308 dos 513 parlamentares.

Fundo eleitoral

A PEC (proposta de emenda à Constituição) discutida nesta terça também cria um fundo eleitoral para financiar campanhas. Mas, como os deputados decidiram fatiar a votação da PEC, analisando item por item, o trecho sobre o fundo não foi analisado na terça.

A estratégia dos partidos é incluir esse fundo em um projeto de lei comum, cuja tramitação é mais rápida. A expectativa é que esse novo texto seja votado já nos próximos dias. Os parlamentares têm pressa porque, para as mudanças podem valer nas eleições de 2018, têm de ser aprovados até um ano antes das eleições, ou seja, até 6 de outubro.

Os partidos ainda buscam concluir a votação de outra proposta da reforma política, a que cria uma cláusula de barreira (ou cláusula de desempenho) para os partidos terem acesso a recursos fundo do partidário conforme o número de parlamentares eleitos. Essa proposta também põe fim às coligações.

O texto-base foi aprovado no dia 5 de setembro em primeiro turno, mas os deputados federais ainda precisam analisar destaques com sugestões de alterações. Passada essa fase, a Câmara terá votar a proposta em segundo turno e, se aprovado, o projeto seguirá para o Senado.

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