Ícone do site Jornal O Sul

Campanha do Ministério da Saúde incentiva testes para HIV

Uma das metas é eliminar a transmissão vertical do vírus, de mãe para filho, um desafio de saúde pública em todo o mundo. (Foto: Reprodução)

A partir da estimativa de que 135 mil pessoas vivam com HIV no Brasil sem sabê-lo, o Ministério da Saúde lançou nova campanha publicitária para incentivar a testagem e, consequentemente, o diagnóstico precoce. Com o tratamento adequado, o vírus fica indetectável, e a pessoa não desenvolverá a Aids. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou a campanha em Brasília em 1º de dezembro, ocasião na qual divulgou dados atualizados sobre a infeção no país.

“A prevenção é feita com informação. É necessário que as organizações façam esse trabalho em conjunto”, afirmou a representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Katyna Argueta, que participou do evento de lançamento da campanha, em Brasília (DF).

O PNUD mantém, em parceria com o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde, o projeto de promoção do acesso aos serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento às IST, HIV/Aids e hepatites virais para populações-chave e demais populações prioritárias.

Essa cooperação tem como resultado esperado aprimorar as capacidades de instituições governamentais, nacionais e subnacionais e da sociedade civil para formular, implementar, monitorar e avaliar políticas públicas setoriais e intersetoriais universais e políticas focadas nas populações mais vulneráveis.

Infecção maior entre os jovens

Assim como registrado nos últimos anos, a infecção por HIV cresce mais entre os jovens no Brasil. A maioria dos casos no país é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos, com 18,2 mil notificações (57,5%). Em 2018, 43,9 mil casos novos de HIV foram registrados no país. A notificação para infecção pelo HIV passou a ser obrigatória em 2014, assim como o tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente do comprometimento imunológico.

A medida trouxe mais acesso ao tratamento e aumento de diagnósticos. Em toda a série histórica, a maior concentração de casos de aids também está entre os jovens, em pessoas de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros.

Prevenção

A campanha publicitária lançada pelo Ministério da Saúde neste ano celebra as conquistas nos 31 anos do Dia Mundial contra a Aids. Com o conceito “HIV/aids. Se a dúvida acaba, a vida continua”, a ação tem objetivo de ampliar a percepção sobre a importância de prevenção, teste e tratamento do HIV. A comunicação ressalta que, caso o teste de HIV der positivo, com o tratamento adequado, o HIV pode ficar indetectável e a pessoa não desenvolve a aids. Todo o tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita, segura e eficaz.

Porto Alegre

Porto Alegre é a capital do Brasil com mais mortes por Aids do Brasil. Os dados foram apresentados em novembro pelo Ministério da Saúde, que lançou a edição deste ano do Boletim Epidemiológico. Apesar da redução nos índices de novos casos e mortes, o Rio Grande do Sul segue como o terceiro Estado do país com mais casos da doença.

Mesmo com o grande número de casos, o orçamento da Coordenação Municipal IST/Aids vem sofrendo reduções constantes. Em 2019 o corte de verba do governo federal foi de aproximadamente R$ 700 mil, enquanto a previsão orçamentária do Município para o próximo ano será de cerca de R$ 500 mil, segundo a coordenadora, Caroline Ceolin Zacarias. “Tivemos uma diminuição do orçamento, mas temos tentado distribuir ele nos três pontos: prevenção, diagnóstico e adesão.”

Sair da versão mobile