Auxiliares do presidente que estão se reunindo com candidatos ao posto de procurador-geral da República têm feito indagações a respeito da prisão em segunda instância. Bolsonaro é a favor da norma tal qual está hoje. Os assessores do Planalto também reforçam o mantra de que Bolsonaro busca alguém “sem ideologia”. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Dirigentes da Associação Nacional dos Procuradores da República que tentam mapear os passos de Jair Bolsonaro no caminho que levará ao próximo comandante da PGR (Procuradoria-Geral da República) se surpreenderam com o quanto os auxiliares do presidente estão inteirados de propostas e perfis dos nomes que estão na lista tríplice da categoria.
Auxiliares de Bolsonaro, dizem procuradores, escrutinaram entrevistas e debates dos três nomes mais votados pelos categoria. Por isso, a cúpula da ANPR torce para que a surpresa que o presidente tem prometido no anúncio do próximo procurador-geral seja a escolha de um nome da lista.
A publicação também registrou que o procurador Lauro Cardoso teria ganhado mais força entre aliados do presidente Jair Bolsonaro no processo que culminará com a escolha do sucessor de Raquel Dodge no comando da PGR. Ele, que já tinha apoio no núcleo militar, agora ganhou a confiança dos civis.
Cardoso tem passagem pelas Forças e curso de operações especiais. É querido, inclusive, por deputados do PSL. Ele ficou em quarto lugar na eleição em que sua categoria formou lista tríplice.
PGR pretende ao menos limitar alcance de decisão de Toffoli
A decisão do presidente do Supremo criou clima de pânico no Ministério Público Federal. Todas as coordenadorias que atuam com crime organizado no âmbito federal e nos estados serão afetadas. O alcance total da medida ainda é inestimável, dizem investigadores.
Na terça (16), procuradores começaram a levantar elementos para contestar a decisão de Toffoli. A expectativa é a de que a PGR entre ao menos com embargos de declaração, contestando o alcance irrestrito da ordem.
A decisão de Toffoli suspendeu os inquéritos que tramitam em todas as instâncias da Justiça que tenham com base dados detalhados compartilhados por órgãos de controle, sem prévia autorização judicial. A decisão beneficia diretamente Flávio e paralisa a apuração que está sendo realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e que envolve o ex-assessor dele Fabrício Queiroz.
A investigação começou com compartilhamento de informações do Coaf e só depois a Justiça fluminense autorizou a quebra de sigilo bancário. As consequências da medida do presidente do STF ainda são incertas.